ATA DA VIGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 26.04.1999.

 


Aos vinte e seis dias do mês de abril do ano de mil novecentos e noventa e nove reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas foi efetuada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Carlos Alberto Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Cyro Martini, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, João Dib, Juarez Pinheiro, Maristela Maffei, Paulo Brum, Renato Guimarães, Sonia Saraí, Tereza Franco e Gilberto Batista. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Helena Bonumá, João Motta, José Valdir, Lauro Hagemann, Luiz Braz, Nereu D'Ávila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol e Sônia Santos. Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias da Ata da Vigésima Quarta Sessão Ordinária, que foi aprovada. À MESA foram encaminhados: pelo Vereador Antonio Hohlfeldt, 01 Pedido de Providências; pelo Vereador João Carlos Nedel, 02 Pedidos de Providências e o Projeto de Resolução nº 17/99 (Processo nº 1294/99); pelo Vereador João Dib, o Pedido de Informações nº 55/99 (Processo nº 1324/99); pelo Vereador Luiz Braz, o Projeto de Lei do Legislativo nº 34/99 (Processo nº 1248/99); pelo Vereador Nereu D'Ávila, 01 Pedido de Providências. Também, foi apregoado Requerimento do Vereador Reginaldo Pujol, deferido pelo Senhor Presidente, solicitando desarquivamento do Projeto de Lei do Legislativo nº 58/97 (Processo nº 1223/97). Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 02/99, do Vereador Paulo Cezar Pimentel Mendes, Presidente da Câmara Municipal de Fortaleza dos Valos/RS; 54/99, do Vereador Adair Vianna, Presidente da Câmara Municipal de Montenegro/RS; 3133/99, do Senhor Omar Jacques Amorim, Superintendente-Geral do Tribunal de Contas do Estado/RS; s/nº, da Senhora Teresinha Rodrigues de Oliveira, da Unidade de Serviços Financeiros da Financiadora de Estudos e Projetos - FINEP. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 3ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 24/99, discutido pelos Vereadores João Dib e José Valdir, 27/99, este discutido pelos Vereadores João Dib, José Valdir e Reginaldo Pujol, e 28/99, este discutido pelo Vereador João Dib. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou a presença do Senhor Lúcio Barcellos, Secretário Municipal da Saúde. A seguir, constatada a existência de "quorum", foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Cyro Martini, solicitando alteração na ordem dos trabalhos, iniciando-se o período de GRANDE EXPEDIENTE, hoje destinado a homenagear o Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre pelo seu qüinquagésimo quinto aniversário, nos termos do Requerimento nº 77/99, de autoria do Vereador Cyro Martini. Compuseram a Mesa: o Vereador Nereu D'Ávila, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre; o Senhor Lúcio Barcellos, Secretário Municipal da Saúde, representando o Senhor Prefeito Municipal; os Senhores Carlos Eduardo Neri Paes e Sérgio Schiefferdecker, respectivamente, Diretor-Geral e representante do Centro de Estudos do Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre - HPS; o Senhor Humberto José Scorza, Presidente do Conselho Municipal de Saúde; o Vereador Adeli Sell, 1º Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Cyro Martini manifestou sua alegria por homenagear o Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre, justificando a importância da presente solenidade, pela história e pelo trabalho assistencial que a Entidade homenageada presta à comunidade de Porto Alegre e do Estado. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou, como extensão de Mesa, a presença dos Senhores Roberto Wiekens, Arlete Fante, Fátima Florentino e Neida Brum Estran, respectivamente, Diretor Financeiro, Diretora Administrativa, Diretora de Enfermagem e Coordenadora de Enfermagem da Assessoria Científica do Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre. Também, registrou a presença de funcionários do Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Lauro Hagemann teceu considerações acerca do reconhecimento internacional obtido por hospitais da Cidade, especialmente o HPS, destacando a atuação do Centro de Estudos dessa Instituição, cujas pesquisas médicas demonstram o alto grau de profissionalismo ali vivenciado. O Vereador João Dib narrou o atendimento e a convivência que teve junto ao Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre, salientando a dedicação com que médicos e funcionários atendem aos pacientes e solicitando o apoio deste Legislativo para a ampliação física e para as melhorias de condições de trabalho buscadas pelos integrantes desse Hospital. A Vereadora Maristela Maffei teceu comentários sobre o reconhecimento público que possui o trabalho realizado por médicos e funcionários do Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre, declarando que os Governos Municipal e Estadual, juntamente com a população porto-alegrense, apoiam a luta por mais recursos para essa Entidade. O Vereador Pedro Américo Leal discorreu sobre a importância do trabalho desenvolvido no Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre, ressaltando a qualidade observada no atendimento aos pacientes, e manifestou-se favoravelmente às reivindicações da instituição homenageada em prol de melhorias de espaço físico e no aporte de recursos humanos e materiais. Na ocasião, o Vereador Pedro Américo Leal registrou que seu pronunciamento fora efetuado também em nome da Bancada do PFL. Ainda, o Vereador Luiz Braz registrou o falecimento da Senhora Kátia Franco, funcionária do Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre. A seguir, o Senhor Presidente concedeu a palavra aos Senhores Lúcio Barcellos e Carlos Eduardo Paes, que agradeceram a homenagem prestada pela Casa ao Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre, discorrendo acerca do atendimento prestado pela Entidade e sobre os programas de ampliação do prédio que a abriga, visando um melhor atendimento da população. Às quinze horas e quarenta e cinco minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quinze horas e quarenta e oito minutos, constatada a existência de "quorum". Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador José Valdir analisou questões referentes à falta de vagas nas escolas públicas estaduais, especialmente no Escola Técnica Parobé, afirmando ser esse problema estrutural, afetando os ensinos fundamental, médio e profissionalizante. Registrou que o Governo do Estado fez convênio emergencial para suprir a carência de professores na Escola Técnica Parobé. O Vereador Juarez Pinheiro, pronunciando-se a respeito de irregularidades observadas na concessão de auxílio-creche a funcionários deste Legislativo, contraditou acusações recebidas, de que suas posições acerca do assunto implicavam em prejulgamentos de servidores, reiterando ter sempre optado pela defesa dos funcionários públicos concursados. O Vereador Luiz Braz, discorreu acerca do pronunciamento do Vereador Juarez Pinheiro, procedeu à leitura de texto assinado por funcionários da Diretoria Administrativa, endereçado à Presidência e Lideranças, em apoio à decisão daquela Diretoria quanto às investigações efetuadas sobre irregularidades na concessão do auxílio-creche pela Casa. Na ocasião, através de Questões de Ordem, o Vereador Juarez Pinheiro manifestou-se acerca deste pronunciamento do Vereador Luiz Braz, tendo o Vereador Luiz Braz manifestado-se a respeito. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Isaac Ainhorn teceu considerações sobre o Projeto de Lei do Legislativo nº 30/99, que institui meio de participação popular nas decisões orçamentárias do Município, mencionando projetos de lei similares que nunca foram apreciados por esta Casa. Ainda, ressaltou não querer destruir o sistema de Orçamento Participativo, mas sim efetivar sua regulamentação. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Reginaldo Pujol referiu-se ao pronunciamento do Vereador Isaac Ainhorn e defendeu o Projeto de Lei do Legislativo nº 30/99, ressaltando que é preciso estabelecer a diferença entre participação popular e Orçamento Participativo e registrando que o debate em torno do assunto será benéfico para toda a comunidade porto-alegrense. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador João Dib declarou que as denúncias existentes quanto à concessão de auxílio-creche pela Casa devem ser examinadas com toda a isenção, declarando que os servidores da Câmara Municipal de Porto Alegre são competentes, sérios e responsáveis e estão agindo em conformidade com o Estatuto dos Funcionários Públicos do Município. A Vereadora Clênia Maranhão teceu considerações sobre as denúncias referentes ao auxílio-creche recebido por servidores deste Legislativo, salientado que as provas contra os envolvidos são bastante comprometedoras, defendendo a atuação dos funcionários do Setor de Recursos Humanos durante o encaminhamentos das investigações do assunto e afirmando o não envolvimento da Vereadora Sônia Saraí neste episódio. A seguir, foi apregoado  Requerimento do Vereador Luiz Braz, solicitando, nos termos do § 6º do artigo 218 do Regimento, Licença para Tratamento de Saúde para a Vereadora Sônia Santos, no dia de hoje, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na Vereança o Suplente Jocelin Azambuja, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Saúde e Meio Ambiente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Guilherme Barbosa, abordando o assunto tratado pelo Vereador Juarez Pinheiro, lembrou que o pedido de sindicância para investigar as irregularidades no auxílio-creche foi apresentado por ele à Mesa no dia trinta e um de março do corrente, frisando que não se pode absolver nem condenar ninguém até a investigação completa dos fatos. O Vereador Antonio Hohlfeldt declarou que a Secretaria Municipal dos Transportes não está cumprindo a lei com relação ao uso da bandeira dois nos táxis de Porto Alegre. Atentou, também, para o fato da intervenção efetuada há dez anos pela Prefeitura Municipal no sistema de ônibus de Porto Alegre estar em última instância, na Justiça Federal, sem possibilidade de recurso. O Vereador Luiz Braz discorreu sobre o pronunciamento do Vereador Guilherme Barbosa, quanto a denúncias relativas ao auxílio-creche concedido pela Casa, examinando as possíveis irregularidades ocorridas e recordando que o objetivo da sindicância instaurada a respeito não é apenas punir o erro, mas verificar se houve premeditação ou má-fé. O Vereador Gilberto Batista solicitou a interferência da Casa junto à Secretaria Municipal de Obras e Viação para evitar a demolição de parte da área construída da Associação de Moradores da Vila Elizabeth Parque. Ainda, parabenizou o Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre pela passagem de seus cinqüenta e cinco anos. A seguir, constatada a existência de "quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA e foi aprovado Requerimento verbal do Vereador Paulo Brum, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia. Foi aprovado o Requerimento nº 83/99 (Processo nº 1227/99 - autorização, liberação de diárias e passagens, para Representação Externa desta Casa em Reunião da Frente Nacional de Parlamentares e Executivos Portadores de Deficiências, dias cinco e seis de maio do corrente, em Brasília/DF), de autoria do Vereador Paulo Brum. Após, foi rejeitado Requerimento verbal do Vereador Guilherme Barbosa, solicitando alteração na ordem de apreciação dos projetos constantes na Ordem do Dia, por doze votos SIM, dezessete votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Luiz Braz, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Cyro Martini, Décio Schauren, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, João Bosco Vaz, José Valdir, Juarez Pinheiro, Maristela Maffei, Renato Guimarães e Sonia Saraí, Não os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Carlos Alberto Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, Luiz Braz, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Tereza Franco, Gilberto Batista e Jocelin Azambuja, tendo optado pela Abstenção o Vereador Hélio Corbellini. A seguir, o Senhor Presidente registrou a Representação Externa do Vereador Lauro Hagemann na solenidade de entrega do Título de Doutor Honoris Causa ao escritor José Saramago, no Salão de Atos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Em Votação, foi rejeitado o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 02/98, por doze votos SIM, dezoito votos NÃO e uma ABSTENÇÃO, em votação nominal solicitada pelo Vereador Nereu D'Ávila, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Renato Guimarães e Elói Guimarães, tendo votado Sim os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Cyro Martini, Décio Schauren, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Maristela Maffei, Renato Guimarães e Sonia Saraí, Não os Vereadores Antonio Hohlfeldt, Carlos Alberto Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, João Dib, Luiz Braz, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Reginaldo Pujol, Tereza Franco, Gilberto Batista e Jocelin Azambuja, tendo optado pela Abstenção o Vereador Pedro Américo Leal e tendo apresentado Declaração de Voto o Vereador Cláudio Sebenelo. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 06/98, por trinta e um votos SIM, após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Paulo Brum, Carlos Alberto Garcia e Helena Bonumá, em votação nominal solicitada pelo Vereador Nereu D'Ávila, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Antonio Hohlfeldt, Antônio Losada, Carlos Alberto Garcia, Cláudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Cyro Martini, Décio Schauren, Eliseu Sabino, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, João Dib, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Luiz Braz, Nereu D'Ávila, Paulo Brum, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sonia Saraí, Tereza Franco, Gilberto Batista e Jocelin Azambuja. Após, foi aprovada a Emenda nº 01 aposta a este Projeto. Na ocasião, foi aprovada a prorrogação da presente Sessão, nos termos regimentais. A seguir, o Vereador Jocelin Azambuja formulou Requerimento verbal, solicitando à Mesa informações oficiais quanto aos órgãos de serviço público responsáveis pelo controle da circulação de cães no Parque Marinha do Brasil. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 14/98, que deixou de ser apreciado face Requerimento, aprovado, do Vereador Renato Guimarães, solicitando adiamento de sua discussão por uma Sessão, Requerimento este aprovado por dezesseis votos SIM, em votação nominal solicitada pelo Vereador Luiz Braz, tendo votado os Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Carlos Alberto Garcia, Cyro Martini, Décio Schauren, Fernando Záchia, Guilherme Barbosa, Helena Bonumá, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Bosco Vaz, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Renato Guimarães e Jocelin Azambuja. Às dezoito horas e dezoito minutos, constatada a inexistência de "quorum", o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Nereu D'Ávila e Juarez Pinheiro e secretariados pelos Vereadores Adeli Sell e Paulo Brum, este como Secretário "ad hoc". Do que eu, Adeli Sell, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Juarez Pinheiro): Passamos à

 

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/ 05 minutos/com aparte)

 

3ª SESSÃO

 

PROC. 1000/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 024/99, de autoria do Ver. José Valdir, que determina a numeração das paradas de ônibus do sistema municipal de transporte coletivo urbano.

 

PROC. 1132/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 027/99, de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Euclides Triches um logradouro público localizado no Bairro Jardim Carvalho.

 

PROC. 1145/99 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 028/99, de autoria do Ver. João Dib, que concede ao Senhor Luís Roberto Andrade Ponte o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, gosto de afirmar que lei deve ser clara, precisa e concisa. Não é o que acontece com freqüência nesta Casa. Clareza, precisão e concisão, normalmente, estão ausentes nos projetos de leis que aqui são apresentados. Ainda na sexta-feira, pudemos viver um Projeto de Lei aprovado por unanimidade, no qual faltava clareza, precisão e concisão. Isto acontece - esta falta de clareza, precisão e concisão -, porque aparentemente temos uma preocupação insana de fazer leis, leis e mais leis, e nenhuma preocupação para fazer com que elas sejam respeitadas. Precisamos é fazer leis para colocar nossas assinaturas. Hoje estou surpreso, porque na Pauta de hoje há apenas três projetos de lei, tão-somente três projetos de lei.

Um, de autoria do Ver. José Valdir, que determina a numeração de paradas de ônibus no sistema municipal de transporte coletivo urbano. Realmente é uma medida interessante, eficiente, que já discutimos, e até sugerimos ao autor do Projeto para que faça um contato com a Prefeitura para que se saiba se as paradas que existem nos corredores já estão denominadas, se usaremos número e denominação, ou se colocaremos os números após o término dos corredores. Mas é uma medida, sem dúvida nenhuma, boa, especialmente para a informação daqueles que não utilizam com freqüência determinadas linhas.

O outro Projeto de Lei é de autoria do Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Euclides Triches um logradouro público localizado no Bairro Jardim Carvalho. Todos sabemos da figura extraordinária que foi o Governador Euclides Triches, que foi Prefeito de Caxias do Sul, Secretário de Obras, Deputado Federal, homem que contribuiu muito, como Militar que foi, para a grandeza da sua Cidade, de Caxias do Sul, do seu Estado, o Rio Grande, e do nosso País. Então, tem méritos o Projeto do Ver. João Carlos Nedel.

O terceiro Projeto de Lei é de autoria deste Vereador, que concede a Luís Roberto de Andrade Ponte o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre. É um título que apresento com muita satisfação. A personalidade escolhida realmente merece a outorga do título que a Câmara, por certo, vai-lhe conceder por unanimidade. As manifestações havidas, anteriormente, no primeiro dia de Pauta mostram que realmente acertei nesta medida. Estou na Casa há vinte e oito anos e levei vinte e três anos para propor o meu primeiro Título de Cidadão de Porto Alegre. Após isso, tenho escolhido anualmente um nome de expressão, e acho que escolhi bem, até porque a manifestação dos meus Colegas Vereadores nos diferentes dias de Pauta parece dizer que eu estava mais uma vez certo. Luís Roberto Andrade Ponte é um engenheiro civil que veio do Ceará estudar Engenharia em Porto Alegre. Contribuiu em muito com o Rio Grande do Sul que passou a ser o seu Estado, Porto Alegre a sua Cidade, projetando na Câmara Federal o nome do Rio Grande do Sul por iniciativas de mérito, iniciativas importantes, por isso foi sempre um Deputado Federal extremamente respeitável.

Mas em todas as funções que Luiz Roberto Andrade Ponte exerceu, e tem exercido, é um homem de respeito, um homem sério, um homem de competência, um homem preocupado em servir. Portanto, é um Projeto que vai fazer justiça a um cidadão que não tendo nascido em Porto Alegre, tem o seu coração em Porto Alegre. Saúde e paz.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): Está presente o ilustre Secretário Municipal da Saúde, Dr. Lúcio Barcellos, a quem saudamos, e convidamos para fazer parte da Mesa. Teremos uma parte da Sessão de hoje destinada aos cinqüenta e cinco anos do Hospital Pronto Socorro e S. Exa. já nos honra com sua presença.

O Ver. José Valdir está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esse Projeto que estou apresentando no sentido de numerar as paradas das principais avenidas de Porto Alegre, como já foi dito nessa tribuna, é um Projeto bastante simples mas, no entanto, é um Projeto que a Cidade de Porto Alegre necessita, pois carece de uma numeração nas paradas de ônibus. Eu me dei conta dessa situação quando um assessor do meu gabinete, há cerca de um ou dois anos veio de Bagé, e chegando aqui teve dificuldades para se localizar dentro de Porto Alegre, no início. Também me dei conta disso quando várias pessoas de um bairro, às vezes, para se deslocar para o extremo oposto da Cidade, têm dificuldade de explicar ou de receber uma explicação de um determinado ponto. E também me dei conta, pelo lado positivo, de quão fácil é dar-se uma explicação, algum endereço - por exemplo, em Alvorada ou em outras cidades da Grande Porto Alegre ou na Lomba do Pinheiro -, justamente porque tomamos como referencial o número da parada. Basta dizer na parada número tal e não há mais dúvidas. Qualquer pessoa, mesmo que não conheça Porto Alegre ou que seja de um bairro completamente distante, que nunca tenha ido naquele local, consegue se localizar a partir da numeração das paradas.

É claro que esse Projeto tem as dificuldades que o Ver. João Dib já salientou, há uma questão por resolver, que é a questão dos corredores, onde as paradas já são identificadas por nomes. Eu pretendia não abordar essa questão do Projeto para não tornar complexo demais o Projeto, porque entendo que essa questão pode ser perfeitamente equacionada quando da regulamentação, pode ser remetido para a regulamentação da Lei, uma vez aprovada, e aí podemos, com toda a calma, ver como fica a situação dos corredores.

Também não me oponho, se algum Vereador que tenha alguma idéia pode até apresentar uma Emenda. O que me surpreendeu nessa discussão é que - com a contribuição dos Vereadores mais antigos desta Casa - ao apresentar esse Projeto - eu não sabia disso - e, de uma certa forma, acabei recuperando um aspecto cultural importante desta Cidade, porque, como foi relatado aqui por vários Vereadores, algumas avenidas da Cidade já tinham as paradas numeradas, algumas célebres como a famosa Parada 18, e esse aspecto cultural, por várias razões a serem pesquisadas, acabou sendo esquecido. Embora não sendo o meu objetivo, o Projeto acabou servindo inclusive para resgatar esse aspecto cultural que estava sendo perdido na nossa Cidade. Portanto, acredito que esse é um Projeto que vai ser tranqüilamente aprovado por esta Casa.

Queria ainda ressaltar um aspecto do Projeto do Ver. João Carlos Nedel. Parece-me que na Vila Nova Santa Rosa, antiga Vila Ramos, existe uma rua chamada Euclides Triches. O nome da rua não é oficial, mas é um nome consagrado pela população. Esse nome, se confirmado, terá de ser respeitado. Não podemos aprovar uma lei aqui que crie uma outra rua Euclides Triches, passando por cima de uma rua que já existe. Se for o caso, vamos oficializar aquela rua com o nome de Euclides Triches, que já é conhecida da população da Nova Santa Rosa. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, eu já me encontrava com o Projeto de Lei do Ver. José Valdir, que determina a numeração das paradas de ônibus do Sistema Municipal de Transporte Coletivo Urbano, em mãos, pronto para sobre ele me manifestar, quando ouvi desta tribuna a colocação que me parece, em princípio, procedente, da existência de uma via pública na Vila Nova Santa Rosa, que foi denominada, pelo gosto popular, com o nome de Euclides Triches.

O Vereador conseguiu me reavivar a memória, eu lembro que, no início dos anos 80, quando se projetou a reorganização da antiga Vila Ramos, com todas aquelas providências que ali foram tomadas, no sentido da reurbanização, houve um movimento entre os moradores, que distribuíram nomes às ruas e não levaram em conta algumas circunstâncias de que não se podia denominá-las com o nome de pessoas vivas, e algumas ruas foram ganhando nomes de Mário Andreazza, Artur Zanella, João Dib e, também, me parece, que Euclides Triches.

Não me constava que esse problema tivesse se mantido até o momento presente, porque eu soube, Ver. José Valdir, quando estava fora da Câmara, que num determinado momento, houve uma lei específica aqui em que se revogava essa denominação que, inclusive, incluía algumas artérias da Vila Comunitária, lá no Morro da Vila São José, na entrada do Morro da Cruz.

De qualquer sorte, a lembrança que V. Exa. traz à tribuna justifica que, no mínimo, vá se fazer um levantamento dessa situação, vendo se perdura, se a rua que a população, espontaneamente, denominou como Euclides Triches. E o fez sem levar em conta as exigências legais pertinentes que dão à Câmara de Vereadores essa competência. Mas se esse fato existe e ainda sobrevive, e ainda se mantém, não me parece inadequada a solução proposta por V. Exa. no sentido de se consagrar essa homenagem ao ex-Governador do Estado do Rio Grande do Sul, destacado homem público, Euclides Triches, num lugar onde a população espontaneamente gerou essa possibilidade.

 

O Sr. José Valdir: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Reginaldo Pujol, eu lembro muito do nome dessas ruas. Foi em 73. Estou-me lembrando agora.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Em 73 não pode ter sido, Vereador; deve ter sido em 83.

 

O Sr. José Valdir: V. Exa. sabe por que eu digo isso? Porque na época eu, como estudante, participava do Projeto Rondon, e nós fomos contratados pelo DEMHAB para fazer a pesquisa na Vila Ramos. Se não me engano, eu tenho o mapinha que foi distribuído na época pela comunidade, para nós nos orientarmos nas ruas. Recém os nomes das ruas haviam sido escolhidos pela população. V. Exa. tem razão, mas foi antes de 89, porque a urbanização da Nova Santa Rosa começou a ser discutida em 79. Em 81 começaram as obras, mas os nomes já existiam. Aliás, foi muito inteligente por parte da população colocar em cada rua um nome de uma das grandes religiões: Rua dos Católicos, Rua dos Evangélicos, e assim por diante. Então, esse nome está consagrado. Eu até sugeriria ao Ver. João Carlos Nedel que visse se não se poderia referendar esse nome, pois todos os endereços a população já conhece assim.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: A primeira providência, Ver. José Valdir, que eu penso deva ser tomada é recuperar esse assunto, verificando “in loco” se persiste essa denominação, porque muitas daquelas ruas que haviam sido denominadas pela população acabaram, depois, sendo objeto de outras designações, feitas por esta colenda Câmara Municipal.

De qualquer sorte, eu quero salientar a importância do alerta que V. Exa. faz, reduzindo a colocação de que, no mínimo, se justifica o levantamento do local para ver se persiste essa situação. Em persistindo, há que se discutir, claramente, a possibilidade de a homenagem que agora se pretende perpetuar no Jardim Carvalho ser colocada no lugar onde já estaria consagrada a denominação de Euclides Triches.

Evidente que eu, comentando esse assunto, fico impedido de comentar o seu Projeto de Lei, Ver. José Valdir, cuja tramitação no período de discussão preliminar termina hoje, mas, durante a sua tramitação na Casa, eu terei a oportunidade de sobre ele me manifestar; oferecendo, assim, algum tipo de contribuição. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Senhores Vereadores, estamos no período de Pauta e não estou identificando a ordem de inscrição dos oradores. Peço a colaboração de V. Exas. nesse sentido. O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para discutir a Pauta. Ausente. O Ver. Renato Guimarães está com a palavra para discutir a Pauta. Ausente. O Ver. Antônio Losada está com a palavra para discutir a Pauta. Ausente. Está encerrado o período de Pauta.

 

O SR. CYRO MARTINI (Requerimento): Sr. Presidente, requeiro a inversão dos trabalhos, colocando o período de Grande Expediente de hoje antes da Ordem do Dia, em virtude de termos uma homenagem ao Hospital de Pronto Socorro.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. Cyro Martini. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

Vamos homenagear neste período os 55 anos do Hospital de Pronto Socorro. Passamos à composição da Mesa: Dr. Lúcio Barcellos, Secretário Municipal da Saúde, representando o Sr. Prefeito Municipal; Dr. Carlos Eduardo Neri Paes, Diretor-Geral do Hospital de Pronto Socorro; Dr. Sérgio Schiefferdecker, representando o Centro de Estudos do Hospital de Pronto Socorro; Dr. Humberto José Scorza, Presidente do Conselho Municipal de Saúde.

O Requerimento para esta homenagem foi de autoria do Ver. Cyro Martini, a quem concedemos a palavra, como autor da homenagem.

 

O SR. CYRO MARTINI: Exmo. Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Nereu D’Ávila; Exmo. Sr. 1º Secretário da Câmara Municipal de Porto Alegre, Ver. Adeli Sell; Dr. Lúcio Barcellos, Secretário Municipal da Saúde, representando o Sr. Prefeito Municipal; Dr. Carlos Eduardo Neri Paes, Diretor-Geral do Hospital de Pronto Socorro; Dr. Sérgio Schiefferdecker, representando o Centro de Estudos do Hospital de Pronto Socorro; Dr. Humberto José Scorza, Presidente do Conselho Municipal de Saúde; Srs. Diretores do Hospital Pronto Socorro; Srs. Funcionários, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras. Compareço a esta tribuna tranqüilo e satisfeito. Por quê? Por uma razão simples, nós estamos tendo a oportunidade de homenagear uma instituição que para Porto Alegre é sagrada, para o Rio Grande também, e por que não para o Estado limítrofe? Por isso a tranqüilidade, a satisfação e o prazer que nós sentimos.

O Pronto Socorro, cujo prédio original já sofreu transformações, acréscimos, melhorias, o projeto original foi elaborado por um desses engenheiros que engrandeceram sobremodo a Prefeitura de Porto alegre, Edvaldo Pereira Paiva, a pedido do Prefeito José Loureiro da Silva. Mas quem teve a feliz oportunidade de inaugurar o Pronto Socorro foi o Prefeito Antônio Brochado da Rocha. Então vejam que o Município teve a felicidade de contar no nascedouro do seu hospital de atendimento de emergência, de urgência, com nomes ilustres da administração Municipal, da Administração de Porto Alegre. Aquela assistência criada lá no governo deste fluminense, que tão bem dirigiu os destinos de Porto Alegre, José Montaury, aquela Assistência simples, modesta, que ele criou ali dentro do Paço Municipal, recém-inaugurado, em 1901, onde, em 1898, ele instalou a Assistência de Porto Alegre. A partir daí, começa a tomar corpo o organismo administrativo de Porto Alegre, posterior à Proclamação da República. Antes, Porto Alegre era administrada pela Câmara; a partir dali, passou a ser a Intendência Municipal. Vejam que aquela Assistência modesta, inaugurada junto ao primeiro Posto de Polícia, lá no Paço Municipal, alastrou-se de tal modo que, em 1898 e 99 atendia um paciente por dia. Algum tempo depois, dez anos, mais ou menos, já atendia vinte vezes mais, e ainda no Governo do Montaury. Vejam o crescimento que sofreu a Assistência, chamada, pelo povo de Porto Alegre, de “Maria Crioula”, pois fazia o transporte dos cadáveres.

E hoje, aquela Assistência que fazia um atendimento por dia, faz o atendimento de mil pacientes por dia. Esse crescimento espantoso do Hospital de Pronto Socorro não se deu por acaso, mas, principalmente, pela qualidade dos serviços prestados. Para quem já conta com alguns anos de existência, sabe, sobremodo, o valor da ambulância, da Assistência do Pronto Socorro em Porto Alegre. Hoje, contamos com outros recursos, mas há alguns anos, nas décadas de 50 e 60, quando havia algum problema, a Assistência era chamada e o Pronto Socorro atendia imediatamente.

Por isso, quando digo que estou feliz por poder homenagear uma instituição cara para Porto Alegre e para o Rio Grande, eu estou dizendo algo que realmente me entusiasma e que me faz portador da justiça para com aquele que vem aqui hoje, no qüinquagésimo quinto aniversário do edifício atual do Hospital de Pronto Socorro, para esta homenagem. Vejam quão significativo é para Porto Alegre o Hospital de Pronto Socorro, que se apronta para crescer ainda mais, porque o povo de Porto Alegre reclama. O povo do Estado também reclama, embora o Governo do Estado não queira abrir as burras, não queira abrir o bolso para ajudar esse Hospital, mas no futuro terá que fazê-lo, porque muitas pessoas vêm de longe buscar atendimento no HPS, e o Estado e a União terão que cuidar desse Hospital com o carinho devido.

Pela maquete, nós vemos que o Pronto Socorro está-se aprontando para crescer ainda mais, vai dobrar, vai ampliar a sua capacidade. Ele não exige caução, não exige dinheiro: atende, e depois vai ver como resolver. São razões que mostram por que o povo de Porto Alegre sente-se agradecido por dispor de um hospital como esse. Ele é um raro nosocômio, onde temos a glória de contar com um serviço de primeira ordem, desde os primórdios da Assistência até hoje. Um hospital modelar, que conta com os recursos mais avançados da tecnologia, dedicando-se, ainda, ao ensino e à pesquisa.

Fica aqui o meu abraço, o meu agradecimento pelo bom atendimento que, sempre que precisei, lá recebi - felizmente não por razões pessoais, mas por razões de amigos e parentes - um atendimento da melhor qualidade. E não apenas por essa razão, mas por aquela reclamada pelo povo de Porto Alegre e do Rio Grande, que se sente satisfeito por poder agradecer ao HPS pelo que fez, pelo que faz e pelo muito que fará por este povo que não se restringe apenas à área de Porto Alegre. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Desejo registrar a presença de algumas pessoas que são consideradas extensão da Mesa e que honram esta Câmara nesta tarde: o Diretor Financeiro do Hospital de Pronto Socorro, Sr. Roberto Wiekens; Sra. Arlete Fante, Diretora Administrativa do HPS; Sra. Fátima Florentino, Diretora da Enfermagem do HPS; Sra. Neida Brum Estran, Coordenadora de Enfermagem da Assessoria Científica; e demais funcionários do HPS.

O Ver. Lauro Hagemann está com a palavra, em Grande Expediente.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) O Hospital de Pronto Socorro é uma expressão típica da vida porto-alegrense. Ele se insere na nossa Cidade como um elemento destacado no setor de saúde, saúde pública, porque nesses cinqüenta e cinco anos o Pronto Socorro projetou-se não só na vida dos cidadãos de Porto Alegre, como também na vida dos cidadãos da Região Metropolitana, da Região Sul do País e até de países vizinhos. É um marco referencial da ciência médica entre nós. Porto Alegre tem a glória de possuir representantes excepcionais no campo da Medicina, tanto em nível nacional como em nível internacional. Tivemos nomes expressivos da Medicina inseridos no contexto de Porto Alegre, daqui projetando-se para o exterior.

Por isso, é muito oportuna a Sessão proposta pelo nobre Ver. Cyro Martini, no sentido de homenagearmos os cinqüenta e cinco anos do Hospital de Pronto Socorro. Não há, praticamente, cidadão de Porto Alegre ou dessas redondezas que não tenha, em alguma circunstância, utilizado-se dos serviços do Hospital de Pronto Socorro. O Hospital, na esquina da Osvaldo Aranha com a Venâncio Aires, é um marco reconhecido por toda a Cidade. O cidadão caminha naturalmente para aquele local no caso de necessidade.

O trabalho do Hospital de Pronto Socorro, além de atender o campo específico da traumatologia, devido aos acidentes que se verificam no nosso trânsito desordenado, caótico, cada vez com mais intensidade, inclui um detalhe que o caracteriza como expressão nacional e internacional: sua Unidade de Queimados. O Pronto Socorro de Porto Alegre é famoso pelo tratamento das queimaduras. Isso decorre do alto grau de especialização dos profissionais que lá atuam, e esses é que devem ser exaltados, porque são eles que constróem a fama do Pronto Socorro. O Pronto Socorro é uma instituição, é um prédio, mas o que se passa lá dentro é que convém ressaltar nesta Sessão.

Cabe destacar o Centro de Estudos do Hospital de Pronto Socorro, porque é por ali que transitam essas novas experiências, a preocupação com o novo, com o que há de mais moderno em termos de assistência, de recomposição de tecidos, de ossos, de quebraduras. Não são só os idosos, os de meia idade. A infância, volta e meia, se vê às voltas com o Pronto Socorro. As travessuras infantis têm tratamento adequado no Pronto Socorro, e não só o tratamento científico e cirúrgico, mas o tratamento psicológico também, porque os médicos do Pronto Socorro, além da atuação meramente profissional, também exercem essa atividade, são os que recompõem a vida do cidadão que chega lá, às vezes, em estado lastimável, não se sabendo nem se ele vai sobreviver, e ele sai de lá com outra perspectiva de vida.

É esse caráter humano, científico, que precisa ser ressaltado nesses cinqüenta e cinco anos. Felizmente, hoje, o Pronto Socorro se apressa para aumentar a sua capacidade de atendimento. Já estava na hora, porque os cinqüenta e cinco anos que passaram apequenaram o aspecto físico da instituição que, agora, precisa corresponder ao aspecto científico, cultural e social do Pronto Socorro. É isso que Porto Alegre pretende que seja atingido. Toda a Cidade, toda a região, todo esse Sul do Brasil precisa compreender isso e ajudar o Pronto Socorro, não só no aspecto material, mas, sobretudo, no amparo moral, estimulando esse crescimento, fazendo com que ele reverta em favor da sociedade numa hora em que ela carece muitíssimo de um perfeito e melhor atendimento de saúde pública neste País.

Nós estamos passando por uma conjuntura difícil, não só em nível social, mas em nível econômico e sob o aspecto científico. A Medicina está avançando em todo o mundo e o Pronto Socorro é um sinal de que Porto Alegre avança também com o mundo, nessa direção.

Parabéns ao Pronto Socorro pelo seus cinqüenta e cinco anos! Tomara que possamos comemorar outros cinqüenta e cinco anos, em melhores condições. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra, em Grande Expediente.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Tenho em mãos um exemplar do livro que o Pronto Socorro editou quando completou cinqüenta anos. Acredito que a história de um povo se escreve com os acontecimentos ocorridos nas épocas devidas. Eu sou um admirador de uma pessoa extraordinária, com quem tive a oportunidade de trabalhar, que é o Prefeito José Loureiro da Silva - para mim o melhor prefeito que esta Cidade teve. E o exemplar dos cinqüenta anos do Pronto Socorro não ressalta a importância dessa figura ilustre e extraordinária que idealizou e conseguiu os recursos para que o Pronto Socorro se tornasse realidade. É verdade que é colocado aqui o ofício do Prefeito dirigido ao Interventor Cordeiro de Farias, solicitando recursos para que o Hospital fosse construído, mas tão-somente isso, não ressalta a figura extraordinária que, em 1963, quando prefeito, conseguiu para o Pronto Socorro o melhor equipamento de Raio-x que havia na época. Então faço o registro.

Talvez em função desse registro eu também deva cobrar alguma coisa, porque, desde 1994, quando o Pronto Socorro fez cinqüenta anos, duas pessoas deveriam ter sido homenageadas e ainda não o foram. Há um processo tramitando na Prefeitura desde 1994, de proposição, entre outros, do Dr. Arnaldo Costa Filho, para que fossem homenageados o Dr. Luiz Carlos Ely, levando o seu nome no Bloco Cirúrgico e o Dr. Sérgio Kurtz, no setor de Traumatologia. Eu cobro porque há um ofício meu dirigido ao Sr. Prefeito, há um bilhete meu dirigido ao ex-Secretário Municipal da Saúde, Henrique Fontana, e há dois ofícios dirigidos ao Diretor do Hospital do Pronto Socorro, que ainda não foram respondidos. O Dr. Ely e o Dr. Kurtz já estavam no Pronto Socorro quando foi inaugurado e considero muito justa a lembrança desses dois nomes entre o corpo de servidores daquele Hospital.

Quando falo em Pronto Socorro me sensibilizo profundamente. Convivi no Pronto Socorro, como paciente, durante três meses e cinco dias e aí eu conheci o que era carinho médico, o que era carinho da enfermagem, do pessoal da cozinha, faxineiros, motoristas de ambulância, enfim, de todos. Era uma equipe realmente extraordinária. Tenho absoluta convicção de que, se não fora o Pronto Socorro Municipal, eu não estaria aqui, de pé, falando para comemorar os cinqüenta e cinco anos de sua fundação.

Saí do Hospital do Pronto Socorro direto para o Hospital Maida Vale, em Londres, e, depois, para o Hospital Stokemandeville, em Elsbury. Voltei gostando mais do Pronto Socorro, porque lá ouvi dos médicos que dirigiam aqueles dois magníficos hospitais, que o Pronto Socorro havia-me atendido muito bem e que eu não tinha condições de chegar melhor lá do que havia chegado. E eu saí daqui de um hospital de província, quase, perto dos hospitais de Londres e Elsbury. E, em Londres, fui atendido pelo professor Valentine Logue que mostrou desejo de conhecer o Pronto Socorro e, realmente, ele veio aqui e deixou registrada lá a sua impressão sobre esse extraordinário Hospital que é o nosso querido Hospital do Pronto Socorro.

Não tenho nenhuma dúvida de que este Legislativo tem o mesmo amor que eu tenho pelo Pronto Socorro, porque ele é de todos nós. E, como disse o Ver. Lauro Hagemann, nenhuma pessoa em Porto Alegre, direta ou indiretamente, deixou de ser atendida pelo Pronto Socorro. Aqui está uma maquete maravilhosa do que vai ser o Pronto Socorro ampliado - aquele Pronto Socorro de Loureiro da Silva - acrescido de outros prédios que serão construídos, mas com o apoio integral, sem dúvida nenhuma, deste Legislativo, que procurou facilitar de todas as formas os financiamentos, a aquisição da área de um imóvel que foi necessário para que se possa ampliar o Pronto Socorro. Este Legislativo sempre diz presente a todas as iniciativas, hoje mesmo líamos que há um Projeto de origem francesa que nós não temos conhecimento e que visa, gastando 13 milhões e meio de dólares, a dar ao Pronto Socorro, uma estrutura, o aproveitamento melhor que possa ter sem um Projeto definido. Nós ficamos felizes que essas coisas ocorram. E colocamos o Legislativo sempre à disposição para que isso possa-se transformar em realidade, com os empréstimos que foram feitos até agora, sempre com pressa, com aceleração nesse Legislativo, porque o Pronto Socorro merece a nossa consideração. Mas merece a nossa consideração porque os seus servidores são excepcionais. O Pronto Socorro vive dificuldades muito grandes, mas aquele carinho, aquele amor que, desde o faxineiro ao diretor do Pronto Socorro, todos demonstram, faz com que os pacientes que lá chegam, sejam muito, muito bem atendidos. Eu digo a todos os meus amigos, todos os meus familiares: se acontecer um acidente, procurem o Pronto Socorro, porque lá, sim, há todas as especialidades capazes de atender qualquer tipo de traumatismo.

É isto que nós queremos, nestes 55 anos, dizer ao Pronto Socorro, que nós nos orgulhamos do Hospital que temos, e formulamos votos de que se consigam mais recursos, mais condições para dar, cada vez mais, um serviço à altura do que merece o povo porto-alegrense. E não é só o povo porto-alegrense que utiliza o Pronto Socorro, vem gente do Paraná, em razão do extraordinário serviço para queimados que o Pronto Socorro tem, vem gente de Santa Catarina e de todo o Estado. Concluo dizendo saúde e paz. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Adeli Sell): A Vera. Maristela Maffei está com a palavra, em Grande Expediente.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. Cumprimento o Diretor do Pronto Socorro, os componentes da Mesa, o corpo clínico e o conjunto dos funcionários do Hospital Pronto Socorro que têm conquistado, com certeza, nos nossos corações, no coração da comunidade de Porto Alegre e do Rio Grande do Sul, o reconhecimento público pelo trabalho realizado no Pronto Socorro. Além das reformas e ampliações, como o Banco de Sangue, a Unidade de Queimados, a UTI, voltada ao trauma pediátrico, a unidade de cirurgia ambulatorial, o HPS recebeu, em 1996, pela Secretaria de Saúde e Meio Ambiente do Rio Grande do Sul, o Prêmio de Mérito de Saúde e, em 1997, o Prêmio de Líderes Vencedores, da Assembléia Legislativa e da FEDERASUL. É uma parte do que realmente essa instituição merece de elogios, não apenas pelo trabalho desenvolvido agora, mas pelo trabalho realizado ao longo da sua trajetória.

Nós, do Partido dos Trabalhadores e da Administração Popular, temos orgulho de saber que, em Porto Alegre e no nosso Estado, não é perguntado aos cidadãos que batem às portas do Pronto Socorro a sua posição social, eles são recebidos de forma igualitária e, acima de tudo, com respeito ao ser humano que ali está chegando. Quando se tem uma política séria, voltada ao investimento na saúde pública, nós temos a tranqüilidade de saber que, em qualquer setor, em qualquer hospital, em qualquer posto na Cidade ou no Estado, o cidadão está recebendo realmente essa qualidade, esse afeto e essa vontade de que as pessoas sejam sempre respeitadas como seres humanos, e não apenas quando chegam com um plano de saúde que estão pagando. O ser humano não pode sofrer essa discriminação, ele deve estar acima de qualquer vontade, de qualquer potencialidade de poder pagar ou não um leito melhor para ser acolhido num momento sinistro da vida.

Nós sabemos, Sr. Diretor; Sr. Secretário; senhores e senhoras presentes; que o nosso País passa por uma das mais graves crises e, sem dúvida, a saúde é uma das áreas mais atingidas. Quando assistimos que no SUS 90% da nossa tabela está defasada, nós sentimos que o Hospital Pronto Socorro também está sentindo esse abalo - como foi colocado aqui -, desde o seu corpo clínico até os serviços gerais, ele está ressentindo; tanto com a falta de material, quanto com a falta investimento. As pessoas também se ressentem pela sua responsabilidade no atendimento.

Portanto, o esforço conjunto que existe no nosso HPS, muitas vezes, também tem que tentar superar a falta de investimento do Governo Federal. Mas há o carinho, o afeto, a determinação daqueles funcionários, muitas vezes, em horas de sono, sabendo que a qualquer hora e a qualquer momento estará chegando naquele Hospital um grave acidente e que as pessoas que ali estarão chegando olharão aflitos, como se esses funcionários fossem os salvadores do mundo.

Quero dizer ao Ver. Cyro Martini que é louvável a sua iniciativa, pois nesta Cidade temos duas instituições que a população recebe de braços abertos e têm essa respeitabilidade: o Corpo de Bombeiros e o HPS. Essas duas instituições têm esse patrimônio e têm essa aceitação popular em todos os segmentos da nossa sociedade.

Quero repudiar, aqui, Sr. Secretário da Saúde, a política até então construída neste Estado, e que através do Orçamento Participativo e da participação popular, juntamente com os demais segmentos, nós façamos uma política de acabar com o jogo que existia em nosso Estado, de simplesmente comprar ambulâncias e, depois, jogar o ser humano na Capital, como se o ser humano fosse um simples objeto e, dessa forma, livrando os seus municípios daquela responsabilidade. Temos que construir neste Estado, com todos os segmentos, uma unidade muito forte para acabarmos com esse tipo de prática política de tratar as pessoas como um joguete. Nós, como bons cristãos, não podemos defender a política das indústrias farmacêuticas em nível internacional, a política do Fundo Monetário Internacional, que põe submisso o Governo Fernando Henrique Cardoso, e que faz com que os investimentos que deveriam vir para saúde sejam canalizados para outras diretrizes, para outros setores que não têm absolutamente nada a ver com a essência, que é o ser humano.

Portanto, terminando a minha intervenção, gostaria de mais uma vez cumprimentar e dizer que temos uma responsabilidade fundamental, que é desarquivar a proposta popular pela qual por dois mandatos temos lutado, assim como esta Casa também vem lutando, junto com a Cidade de Porto Alegre e o Estado do Rio Grande do Sul, para fazer com que mais recursos venham para o Hospital de Pronto Socorro e para a saúde do nosso Estado e do nosso Município.

Não é possível que a Assembléia Legislativa, que derrotou este Projeto, junto com o Governo do Estado anterior, mais uma vez possa ferir tão fortemente a saúde do nosso Estado e do nosso Município.

Portanto, conclamo toda população, juntamente com o Ver. Pedro Américo Leal, que abraçou esta luta, para que, mais uma vez, a gente traga à tona essa discussão. Vamos desarquivar este Projeto para levarmos em frente essa luta, que é de todos nós. Muito obrigada.

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Registramos a presença no Plenário dos dirigentes do Sindicato dos Municipários.

Está com a palavra o Ver. Pedro Américo Leal, pelo PPB.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Nunca fui atendido pelo Hospital de Pronto Socorro. Por certo o mais idoso desses Vereadores aqui, rijo, nunca fui atendido pelo Hospital de Pronto Socorro. Todavia está aí o segredo da minha dedicação a esse Hospital. Logo que fui eleito Vereador, um amigo, um operário muito chegado a mim, que come na minha mesa, o Vilmar, teve um acidente repentino nas ruas de Porto Alegre: um ônibus abalroou o seu automóvel e praticamente o destruiu. Transportei-me uma semana e pouco para a UTI deste Hospital e vi o atendimento que este rapaz teve, e, durante três meses, um pouco mais, lutamos pela vida dele - eu dando amparo moral neste hospital de combate - eu chamo o Hospital de Pronto Socorro, hospital de combate, é um hospital de guerra. Ali se atende, segundo sei, de quinhentas a seiscentas pessoas diariamente; é todo o tipo de ferimento, principalmente traumas, porque é um Hospital creio que especializado em trauma. O meu amigo estava às portas da morte, levou um mês balbuciando coisas desconexas, e pensei que teria ali a despedida desse amigo, de trinta anos, e o que fazer? Então acompanhei-o praticamente contemplando a morte que se avizinhava, e qual não foi minha surpresa quando toda aquela equipe de mil e trezentos funcionários, quatrocentos médicos, da nata da Medicina de Porto Alegre, sem favor nenhum - os melhores cirurgiões, os melhores oftalmologistas, os melhores especializados em queimaduras -, estão ali e ganham uma quantia irrisória. Não posso citar aqui quanto ganham os enfermeiros e os médicos do Pronto Socorro. Pois bem, essa equipe se multiplicou e, dia e noite, ao lado desse amigo tão caro, que até hoje me visita - claro que com mazelas, e seqüelas tremendas e horríveis -, tiraram-no dos negrumes da morte e ergueram esse rapaz restituindo-o ao trabalho e à sociedade. Daí a minha dedicação ao Pronto Socorro!

E vim para a tribuna, clamando e pedindo para que todos atentassem para esse pequeno Hospital - porque é pequeno - para que as verbas fossem decididas a seu favor. E consegui, com o concurso dos meus colegas, os Vereadores, há muitos anos: fizemos o anexo, o anexo está para ser erguido nas garagens do Pronto Socorro. São sete pavimentos, se não me engano. Para ali, nós teremos praticamente o deslocamento do restaurante, da biblioteca e de outras dependência que são destinadas à prática diária da manutenção do “status quo”, mas que não são diretamente dirigidas para o atendimento contínuo. Vejam V. Exas., vão passar uma manhã, uma tarde, uma noite para verem que o atendimento é continuo: ambulâncias chegando - se não me engano, existem doze, corrija-me, Diretor. Há a Unidade de Queimados; dizem até que agora existe uma Unidade Pediátrica, não sei se é verdade; ainda não foi consubstanciada em realidade, mas tem que ser. Então, esse Hospital, magnífico, que é uma referência para Porto Alegre e que precisa de todo o nosso apoio, o que poderia ter de mim se não a minha dedicação exclusiva, embora nunca tenha precisado pessoalmente, porque tive a virtude de nunca me acidentar?

Ora, Srs. Vereadores, presentes que me escutam, também me envolvi na célebre Emenda Popular de nove milhões e quinhentos mil assinaturas, fui para a Assembléia e venci o Governador Britto. Ele teve a sua primeira derrota. Venci o Governador Antônio Britto, mas perdi no Veto. E ainda disse a ele no galpão do Piratini: “Governador Britto, aquele dinheiro era necessário para o Hospital de Pronto Socorro, era uma dívida que nós tínhamos”. E ele reconheceu que era verdade, que era preciso ter dado essa verba. E se não me engano, nesse malfadado Orçamento Participativo, que ele incluiu no governo estadual em má hora, ele previa uma verba equivalente para a saúde. Não previa? Pequena, me faz um gesto o Diretor do HPS. Então, eu estou impregnado de Pronto Socorro!

Todos sabem aqui, a Vera. Maristela Maffei disse muito bem: “Quando eu luto, eu luto total, da cabeça aos pés, da careca aos pés, da ponta do braço esquerdo ao braço direito. Não quero saber de que lado é”, Ver. Elói Guimarães, V. Exa. está me lançando um olhar de caudilho, porque o seu presidente é assim também.

E V. Exa., Sr. Presidente, está me entendendo. Assim vivem os caudilhos! Lutando de peito aberto, às vezes por uma caixa de fósforos, sem saber nem se aquela significação faz jus à sua luta. Não é o caso do Pronto Socorro. O Pronto Socorro me tem alma a dentro. E aqui nesta Casa, V. Exa. pode saber que todos os Vereadores pensam assim. Acho que é unânime. O Orçamento Participativo tem restrições, mas o Pronto Socorro envolve praticamente todos os Vereadores, porque é lá que nós entregamos um filho, um neto; não os vemos mais e aquela equipe de médicos, de funcionários e enfermeiros, nos restituem com vida. Como pagar isso? Como pagar a vida que é restituída a uma pessoa doente que amamos tanto?

Então, V. Exa. pode ficar certo de que, nesta Câmara, enquanto eu existir, não tocam no Pronto Socorro, embora os Vereadores também não deixem tocar, não é vantagem nenhuma. Eu comando um exército de voluntários. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. LUIZ BRAZ (Esclarecimento): Sr. Presidente, atendendo ao pedido do Sindicato dos Funcionários Públicos Municipais, quero dizer a V. Exa. e a este Plenário que faleceu uma funcionária do Hospital de Pronto Socorro, Kátia Franco, Auxiliar de Enfermagem, que pertencia ao SAMI.

Ela está sendo velada na Capela “F”, no Cemitério Jardim da Paz, e o enterro se dará às 17 horas.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente, antes que eu me arrependa, preciso dizer que eu também falei em nome do PFL, do Ver. Reginaldo Pujol, que é muito vingativo.

 

O SR. PRESIDENTE (Nereu D’Ávila): Então nós tivemos a manifestação de diversos Vereadores no Grande Expediente, que hoje por proposição do Ver. Cyro Martini está homenageando os 55 anos do Hospital Pronto Socorro.

Neste momento, eu tenho a satisfação de passar a palavra ao Sr. representante do Prefeito Municipal neste evento, o Secretário Municipal da Saúde, Dr. Lúcio Barcellos.

O Dr. Lúcio Barcellos está com a palavra.

 

O SR. LÚCIO BARCELLOS: Sr. Presidente da Câmara de Vereadores de Porto Alegre, Ver. Nereu D’Ávila; Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu gostaria de, em nome do Prefeito Raul Pont, em nome da Secretaria Municipal de Saúde, agradecer profundamente a homenagem que neste momento é prestada ao Hospital de Pronto Socorro. Todas as intervenções aqui feitas se referem a essa Instituição, de tal forma que nos deixam com poucas palavras para complementar aquilo que já foi dito.

É de reconhecimento da população de Porto Alegre, da população do Estado do Rio Grande do Sul, da população dos estados vizinhos ao nosso Estado, os serviços que o Hospital de Pronto Socorro presta. Não há a menor sombra de dúvida de que, nos tempos que vivemos, tempos em que o financiamento do setor de saúde encontra dificuldades cada vez maiores, tempos em que o financiamento daquilo que nós aprovamos na Constituição Federal, o chamado, o conhecido Sistema Único de Saúde, tem a sua construção dificultada, ao longo do tempo, pela redução dos recursos orçamentários colocados na área da saúde. Nesses tempos em que essas dificuldades se somam, o Hospital de Pronto Socorro se mantém como uma luz que, dentro dessas dificuldades que vivenciamos, conseguimos sustentá-la acesa com a qualidade necessária de hospital de porte e com as características do Hospital de Pronto Socorro.

Desejamos não só manter o Hospital com as características que ele tem, de atendimento de trauma mas, além disso, ampliar a sua atuação, como já foi referido. Hoje, estamos num projeto de construção de um anexo do Pronto Socorro, sete pavimentos, em torno de 4 mil m2, que servirão como suporte para que se possa ampliar a área assistencial do Hospital .

Além desse prédio anexo, que vai ampliar a área de atendimento, estamos programando, para execução dentro do Hospital de Pronto Socorro, a construção de uma unidade pediátrica de trauma, que é uma unidade exclusiva dentro desta região do País, e a primeira que será constituída, assim como é a UTI de Queimados a única existente nesta região do País.

Nessas condições de atendimento que o Pronto Socorro tem desenvolvido - e o Dr. Sérgio me passou algumas informações neste momento - tivemos 18.937 procedimentos ambulatoriais; 909 internações: 97,45% de ocupação na UTI Coronariana; a UTI de Trauma, a Enfermaria de Face, a Enfermaria de Traumatologia e a Enfermaria 8, de Cirurgia, todas elas tiveram lotação acima de 100%, ou seja, houve superlotação dessas unidades do Pronto Socorro, que ultrapassou os 100%.

É nessas condições que temos trabalhado e defendido a qualidade do serviço prestado pelo Pronto Socorro.

É bom que se diga que os custos do Pronto Socorro, 80% deles são viabilizados pela Prefeitura Municipal, e que 20% são custeados, apenas 20% são custeados pelos procedimentos pagos pelo Sistema Único de Saúde. Então, é com grande orgulho que nós recebemos, e com muita humildade, esta homenagem prestada pela Câmara de Vereadores, em nome do Ver. Cyro Martini.

E gostaríamos de deixar aqui os nossos agradecimentos e a convicção de que a luta que tem sido desenvolvida, ao longo desses 55 anos, em prol da saúde dos cidadãos de Porto Alegre, não só como pronto socorro, mas também desempenhando a tarefa curativa de tratar o trauma. É uma Instituição de formação, onde se formam profissionais qualificados. E queremos deixar aqui a nossa intenção e o nosso compromisso, o compromisso da Administração Popular, da Administração Raul Pont, de levar adiante, de executar e de qualificar o Hospital de Pronto Socorro e, ao mesmo tempo, qualificar o conjunto dos serviços que nós oferecemos na área da Saúde para a população de Porto Alegre. Agradecemos, e continuamos com a nossa luta pela qualificação e por uma saúde de boa qualidade para os cidadãos de Porto Alegre. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Sr. Carlos Eduardo Paes está com a palavra.

 

O SR. CARLOS EDUARDO PAES: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Em primeiro lugar, gostaria de fazer um agradecimento especial ao Ver. Cyro Martini pela iniciativa, acolhida pelo conjunto dos Vereadores, no sentido de instituir a homenagem aos 55 Anos do Hospital de Pronto Socorro. Entendemos que foi um ato de extrema generosidade e que tem muita relação com o apreço que a população porto-alegrense tem pelo Hospital. A Câmara Municipal de Porto Alegre tem estado, no decorrer dos anos, na vanguarda de um conjunto de lutas locais e de iniciativas sociais, igualmente tendo assumido uma postura de identificação com essa Instituição porto-alegrense. De outro lado, a Câmara Municipal, ao acolher essa iniciativa, posiciona-se frente a uma situação grave que a população de Porto Alegre, a Região Metropolitana e todo País se ressente, que é a situação das emergências em saúde. O Hospital de Pronto Socorro, no conjunto de suas cinco décadas e meia de existência, notabilizou-se e consagrou-se exatamente por sua relação com a população, com a sua interface muito grande, que tem procurado se aprofundar, e também por uma proposição, de participação ativa, por parte de médicos, de enfermeiros, do pessoal da enfermagem, dos demais técnicos e da área administrativa junto ao atendimento. Temos procurado intensificar essa relação e fazer com que o Hospital, cada vez mais, se ligue à população porto-alegrense. E não tenho dúvidas de que esse papel que temos procurado desenvolver no HPS, dentro da Secretaria e dentro do Governo Municipal, é, sem dúvida, uma das chaves do sucesso do Hospital de Pronto Socorro nesse conjunto de anos em que ele se estabeleceu.

Outro importante aspecto consagra a atividade do Hospital de Pronto Socorro: a sua relação através da igualdade no atendimento através da universalidade e através da gratuidade. Esses três elementos estão consagrados na missão do Hospital e procuram estar voltados à emergência e, especialmente, ao trauma que é o atendimento com maior intensidade dentro do Hospital de Pronto Socorro.

E não só a assistência é um eixo de intervenção do nosso Hospital, mas atividades de ensino e de pesquisa, que também são ações do Hospital, fazem com que ele não seja só um pólo consagrado de assistência, mas também um pólo de pesquisa e, mais do que nunca, uma verdadeira escola. E escola não só para os profissionais da área da Medicina, mas para os profissionais da área de cirurgia odontológica, da Enfermagem e para um conjunto de profissionais de várias áreas que têm-se intensificado com o passar dos anos.

Talvez não seja do conhecimento das pessoas, mas a mortalidade em Porto Alegre, dos zero aos cinqüenta e nove anos de idade, tem como maior causa o grupo que denominamos como de causas externas ou traumas, que envolve desde os acidentes de transporte, a violência interpessoal, a violência contra a própria vida, os acidentes de trabalho, os acidentes domésticos e as queimaduras, passando pelos afogamentos, sufocamentos, etc. Essas são as principais causas de morte entre os cidadãos porto-alegrenses, até os cinqüenta e nove anos de idade. O Hospital de Pronto Socorro tem procurado qualificar-se no atendimento especialmente dessas áreas e, em conseqüência disso, tem desenvolvido algumas iniciativas que, antes de tudo, são iniciativas dos servidores do Hospital mas também, e muito intensamente, da Secretaria da Saúde, com uma política de saúde, iniciativas aprovadas pelo Conselho Municipal de Saúde e também pelo Governo. E essas iniciativas vão desde a construção de um bloco anexo - temos a maquete para V. Exas. observarem -, que agregará mais quatro mil metros quadrados de área física aos onze mil metros quadrados já existentes, possibilitando a ampliação em 1/3 da área, fazendo com que passemos para essa área fundamentalmente o setor administrativo, e que também se amplie a área do bloco cirúrgico, instale-se ali uma nova central de esterilização de materiais, uma nova farmácia, almoxarifado, nutrição e um conjunto de novas áreas, possibilitando que possamos ampliar a área assistencial do bloco histórico.

Além disso, estamos em vias de consagração da iniciativa de uma nova unidade de pediatria. A magnitude do trauma na área da infância é muito importante. No Hospital de Pronto Socorro, no ano que vem, teremos a primeira unidade de terapia intensiva pediátrica voltada ao trauma na América Latina. Essa iniciativa colocará Porto Alegre em um patamar diferenciado de assistência frente a qualquer metrópole, tanto do nosso País, quanto da América. Com isso, esperamos que haja conseqüências na mortalidade infantil em Porto Alegre, tendo em vista fatos que descrevi agora.

Neste ano, teremos uma ampliação da qualidade de assistência na Unidade de Queimados, através da ampliação do número de leitos de terapia intensiva. Teremos uma nova área de cirurgia ambulatorial, onde são feitas atualmente as pequenas suturas, desenvolvendo ao mesmo tempo em que instalaremos uma nova unidade de pediatria, uma Unidade de Cirurgia Ambulatorial nova. Teremos a ampliação do Banco de Sangue que recebe doações anônimas. A pessoa faz a doação que não é voltada especificamente a um cidadão, mas a toda comunidade. Aqui cabe um agradecimento a esses doadores anônimos que recebem uma atenção muito especial e individual de todos nós.

Essa situação da construção de um bloco anexo, dessas novas iniciativas: como a Unidade de Pediatria, Cirurgia Ambulatorial, Queimados e Banco de Sangue, são iniciativas que não ocorrem em qualquer governo municipal em uma situação de crise social e econômica como ocorre atualmente em nosso País. Essa é uma situação absolutamente peculiar, que provavelmente os Srs. Vereadores não encontrarão em nenhuma outra capital deste País, neste momento. É importante ressaltar esse aspecto, assim como o aspecto que a Secretaria de Saúde desenvolve neste momento, no sentido de ser uma propulsora de políticas na área de emergência, não só em Porto Alegre, mas em toda a Região Metropolitana, através de diversas discussões que estamos realizando com as Secretarias, com os Hospitais e com os pronto-atendimentos, fazendo com que se instale uma nova lógica de atendimento de urgência e de emergência na metrópole. Fazendo com que qualifiquemos este atendimento através de uma regulação central que pode muito bem se dar através do SAMU, que é o Serviço de Atendimento Médico de Urgência instalado no Pronto Socorro. E pode-se qualificar o transporte existente não só com as 12 ambulâncias que o Ver. Pedro Américo Leal citou, mas com as ambulâncias de diversos Municípios, as ambulâncias de transporte da Brigada Militar com outros serviços de transporte.

Quero deixar aqui registrado o agradecimento da equipe do Hospital de Pronto Socorro, especialmente ao Ver. Pedro Américo Leal que, nos últimos anos, tem se dedicado à causa do nosso Hospital, e nós fazemos este agradecimento público.

De outro lado, queremos deixar consagrada a nossa opinião de que o Sistema único de Saúde tem condições de dar certo, apesar dos exemplos que nós verificamos no Brasil de situações infrutíferas. Mas o sistema de saúde em Porto Alegre tem procurado inverter esta lógica, fazendo com que o sistema tenha resultados positivos. Isso se dá através de uma lógica de atendimento, de um lado e, de outro lado, pelo financiamento. Foi descrito pelo representante do Sr. Prefeito, o Secretário Lúcio Barcellos, o aporte de recursos que a Prefeitura oferece, que é 80% das despesas do Hospital.

Queremos deixar registrado que esta aplicação de recursos e esta dedicação dos servidores do Hospital trazem resultados, não só com o recorde de atendimento que tivemos no mês de março em toda a história do Pronto Socorro; não só com o aumento de 6% do número de atendimentos que tivemos nos últimos doze meses com relação aos doze meses anteriores; mas, também, com a redução da mortalidade em 4% em igual período.

Então, são fatos marcantes para a iniciativa desta Câmara de Vereadores. Nestes 55 anos do Hospital de Pronto Socorro, queremos registrar que, antes dos seus servidores estarem de parabéns, a população porto-alegrense, a população gaúcha está de parabéns, neste momento. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra do Exmo. Sr. Diretor do Hospital de Pronto Socorro, Dr. Carlos Eduardo Paes, ressaltamos as presenças do Secretário Municipal da Saúde, Dr. Lúcio Barcellos, representando o Sr. Prefeito; representante do Centro de Estudos do Hospital e do Presidente do Conselho Municipal de Saúde, além das Diretorias do Pronto Socorro, Diretor-Financeiro, Diretora-Administrativa, Diretora de Enfermagem, Coordenadora de Enfermagem. Agradecemos essas presenças e não precisaríamos dizer que a manifestação dos Senhores Vereadores, pelas suas diversas Bancadas, foi a palavra de representatividade do povo de Porto Alegre, não só na análise dos serviços que o Pronto Socorro vem prestando durante esses 55 anos, como também uma análise do que ainda se prevê e se poderá oferecer à população de Porto Alegre, o nosso querido Pronto Socorro Municipal, nesse mais de meio século de existência, que hoje comemoramos. Reiterando os agradecimentos, estão suspensos os trabalhos.

(Suspendem-se os trabalhos às 15h45min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 15h48min): Estão reabertos os trabalhos.

O Ver. José Valdir está com a palavra, em Grande Expediente.

 

O SR. JOSÉ VALDIR: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, no fim-de-semana nós tivemos acesso a uma série de reportagens nos jornais da Capital, especialmente na Zero Hora, sobre a questão das vagas na escolas. Fala-se, principalmente, em vagas em estabelecimentos de ensino profissionalizante. Cita-se o caso do Parobé, onde mais de oitocentos e trinta alunos estariam sem escola no pós-médio.

Esse problema foi bastante levantado pela imprensa no início do ano, justamente na passagem do Governo Antônio Britto para o Governo Olívio Dutra. Falou-se muito no estouro das vagas. Depois não se falou mais neste assunto que agora volta, mais ou menos, centrado em cima da questão do ensino profissionalizante.

Alguém que estivesse fora do País há muitos anos e que tivesse voltado, agora, iria imaginar que este problema é estrutural, é um problema de um governo competente que saiu, que estava resolvendo o problema das vagas, e um governo incompetente que entra. É mais ou menos nesse tom que as matérias jornalísticas abordam o problema. Parece que esse é um problema exclusivamente conjuntural.

Ora, não precisamo-nos esforçar muito para exercitar a nossa memória. Rapidamente descobrimos que essa não é uma questão conjuntural. A falta de vagas sempre existiu, é um problema estrutural no nosso sistema de ensino. Digo isso porque podemos aplicar essa análise ao primeiro, ao segundo grau e ao ensino profissionalizante. Na rede estadual de ensino de primeiro grau, especialmente na Capital, a maioria são escolas de primeiro grau incompleto. Por isso é que muito do que se diz, que o Estado tem a maioria das escolas de primeiro grau é verdade, mas há muito exagero, porque a maioria das escolas de primeiro grau são incompletas, vão até a quinta, sexta série e assim por diante. Portanto, esse problema estrutural é um problema que tem que ser enfrentado rapidamente, já foi inclusive pautado no nosso Governo. As escolas do Estado não podem mais permanecer ao arrepio da lei como escolas de primeiro grau incompleto. No segundo grau temos que entender uma situação, aí sim, que vem acontecendo em função da crise, em função do desemprego, muitos estudantes de muitas famílias estão saindo - um processo que a cada ano se avoluma - das escolas particulares e buscando a escola pública.

Desses dois problemas, o do ensino de primeiro grau - o famoso “estouro” -, em boa parte já foi resolvido, por isso os jornais não tocam muito nessa questão. Restam ainda em Porto Alegre duas áreas com problemas: a Lomba do Pinheiro e a região da Glória e da Cruzeiro. Em relação ao ensino profissionalizante de segundo grau tem que se entender uma coisa: o governo que saiu, o governo do Governador Antônio Britto, aumentou o número de alunos, de matrícula, do pós-médio. Um exemplo, apenas, é o que aconteceu no Parobé, que passou de cinco turmas para trinta e quatro turmas, aumentando em quatro mil as horas/aulas semanais. Isso dá mais ou menos o número publicado no jornal Zero Hora de mais ou menos oitocentos e setenta alunos que estão sem aula. Aí vem a pergunta aquela: “Como é que o Governador Antônio Britto ia fazer isso?” Alguns dizem que o Governador Antônio Britto era competente e ia conseguir colocar esses alunos dentro das salas de aula, e o Governador Olívio Dutra, que é incompetente e radical, não está conseguindo.

Fui pesquisar para saber o que estava ocorrendo. Realmente, o Governador Antônio Britto esperava vencer as eleições e esperava pôr em prática a lei que conseguiu que a Assembléia Legislativa aprovasse, porque, junto com a modificação do Plano de Carreira dos Professores, previa a privatização das escolas técnicas.

O artigo 2º da Lei diz o seguinte: (Lê.)

“A educação profissional no Estado do Rio Grande do Sul submeter-se-á a políticas de regionalização de atividades, com a participação de entidades públicas e privadas, voltadas para a formação de recursos humanos.

Parágrafo 1º. Para fins descritos no “caput” deste artigo, fica o Poder Executivo autorizado a transferir a terceiros, mediante concessão ou cessão de uso, os bens afetos aos estabelecimentos de ensino que ofereçam cursos técnicos de habilitação plena.”

É assim, Ver. Juarez Pinheiro, que ele pretendia resolver a questão. É óbvio que abriu as vagas, prevendo que esses alunos iam para dentro da escola, porque a escola, toda ela, seria privatizada, ia ser entregue à iniciativa privada. Como o nosso governo tem um compromisso com a educação pública, não vai fazer isso, por isso que está demorando a solução para essa parte das escolas técnicas do ensino pós-médio. Nós estamos fazendo um convênio emergencial com a Fundação Liberato Salzano, não para privatizar o Parobé, mas para que através desse convênio se possa, emergencialmente, suprir os professores necessários para, o mais rápido possível, dar atendimento de ensino a esses alunos, matriculados e já selecionados, não através do ensino particular, não através da privatização, mas através da escola pública, gratuita e de qualidade. Essa é a diferença. Agora, isso não é veiculado pela imprensa, o que é veiculado pela imprensa é apenas a aparência dos fatos, é apenas o dado, uma interpretação sub-reptícia que dá a entender para a população de Porto Alegre que o Governador anterior tinha a solução mágica para aquele problema, tinha a solução pronta e que o Governador Olívio Dutra não tem, porque é incompetente, quando, na verdade, a solução que o Britto propunha era a solução da privatização da escola pública. Era a solução de entregar mais esse patrimônio público à iniciativa privada, coisa que nós não vamos fazer, porque nós defendemos que, se existem setores que não podem ser privatizados, são os setores essenciais da saúde e da escola pública. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu sou uma pessoa simples, afável, de inteligência média, e não abro mão da questão da dignidade, assim como não dobro a coluna vertebral em manipulações e irregularidades. Nós, do Partido dos Trabalhadores, temos como característica uma marca, entre tantas: além de buscar um outro tipo de sociedade, uma sociedade que supere as injustiças que hoje vivemos, além de lutarmos contra a recolonização que é feita no País pelas grandes potências, nós temos muito cuidado com as questões de ordem ética, com as questões relativas à honestidade. Desenvolve-se na Câmara de Vereadores um processo de sindicância  relativo à concessão de benefícios de creches e nós queremos que isso seja levado a cabo da melhor forma possível. Vimo-nos mantendo em silêncio quanto a esse assunto, para que o Procurador, que faz as averiguações, possa ter toda a tranqüilidade no curso de suas investigações. Infelizmente, houve uma Bancada que não se portou assim e, de forma insidiosa e maliciosa, manipulando dados, quis voltar à questão, não respeitando a sindicância em andamento, buscou reforços dados inverídicos e a manipulação de dados, buscando atingir o PT e a prejudicar o trabalho do sindicante. Esta manhã tive conhecimento de algo e recebi uma ameaça. Recebi uma ameaça velada de que funcionários estariam entrando com uma ação judicial contra este Vereador. De outra parte, Sr. Presidente, tive conhecimento de que, na Diretoria Administrativa, de forma absolutamente irregular, processava-se uma busca de nomes de funcionários, no sentido de dar força para funcionários que teriam sido injustiçados por este Vereador, por ter pedido o afastamento dos mesmos durante o curso da investigação.

Eu já passei por órgãos de nível federal, estadual e municipal. Se há algo que marca a minha trajetória na vida pública, é o respeito que tenho aos servidores que fazem concurso público e que ingressam pela porta da frente nesse serviço de tanta importância para a população, e que hoje as forças neoliberais buscam retirar e colocar esses serviços como tarefa da iniciativa privada. Eles querem um Estado grande para os ricos e um Estado pequeno para os pobres. O Ver. Cláudio Sebenelo é testemunha do quanto defendemos, enquanto diretores dos Grupo Hospital Conceição, as pessoas que ingressavam pela porta da frente. Passei pelo Governo do Estado por um período e agi da mesma forma; passei pela Prefeitura Municipal e, inclusive, o apoio maior que tive dos servidores, na minha candidatura, foi de pessoas do quadro, e não pessoas detentoras de cargos em comissão. Aqui na Câmara de Vereadores tenho-me portado da mesma forma, respeitando os servidores, e confesso que me surpreendendo com a qualidade dos servidores da Câmara Municipal de Vereadores, quanto a sua qualidade e a sua dedicação. Não há absolutamente um servidor que eu me coloque contrariamente, no sentido da sua correção, da forma com que se empenha. Estou absolutamente surpreendido, não pela honestidade, que todos têm, mas pela qualidade do serviço que desenvolvem.

Eu vou ler aqui, já que estão sendo manipuladas na Diretoria Administrativa, questões que este Vereador disse, o que eu disse na minha intervenção anterior e que vou fazer questão de que permaneça nesta intervenção.

(Lê seu pronunciamento anterior.)

“Sr. Presidente. Já que fui nomeando pelo Ver. Antonio Hohlfeldt, não tenho como não voltar aqui, neste microfone de apartes, para dizer ao Vereador que não tenho, de fundo, nenhuma discordância com a intervenção de V. Exa. O que este Vereador disse aqui é que é tamanha a permissividade, é tamanha a incúria no setor que ele acaba gerando um processo corruptivo. Eu disse e mantenho isso, não retiro uma vírgula, e quero dizer que não estou fazendo julgamento de nenhum funcionário, isso é da prática administrativa, sempre que alguma pessoa está sendo investigada, que ela seja afastada. Não fiz juízo de mérito, nem julguei ninguém como fizeram com os nossos companheiros de Partido. Apenas estou reforçando o Requerimento do Ver. Adeli Sell que as pessoas responsáveis por esse setor, durante o período da investigação da sindicância, sejam afastadas. Repito, Ver. Antonio Hohlfeldt, acho que a permissividade permitiu que existisse um sistema corruptor que, inclusive, envolveu pessoas inocentes que acabaram - tamanha a permissividade - se envolvendo com irregularidades.”

Quero dizer que não tenho medo de nenhuma ação judicial, que abro mão da imunidade parlamentar, de qualquer coisa, que abro mão das minhas contas bancárias e que não concordo, Sr. Presidente, que dentro de uma diretoria se venham a aliciar funcionários com mentiras, porque o que eu disse aqui da tribuna, e não falo pela “rádio corredor”, eu falo é neste microfone, de forma pública. Foi o que eu disse e o que estou repetindo. E tive esse desprazer de saber que pessoas honradas acabaram constrangidas de ter de dizer se assinavam ou não esse tipo de manifesto. Eu já mostrei ao Presidente, e não vou ler aqui porque não quero prejudicar a sindicância em curso, o nível de permissividade, de irregularidades - não vou citar nomes - mas falta de CGC, falta de assinatura das pessoas que dirigem as creches, duplicidade, creches com nomes de outras cidades, inclusive a Cidade de Bagé. Eis o que estou dizendo: é um setor que funciona tão mal, mas tão mal, com um nível de permissividade que possibilita a que pessoas ingênuas, honestas, pessoas honradas acabem-se envolvendo em irregularidades.

Vou repetir aqui, Sr. Presidente: espero providências de Vossa Excelência para que isto não continue na Diretoria Administrativa. Mas, se continuar, não tenho nenhum temor. E que entrem de forma imediata com a ação judicial essas pessoas, porque não são os bons funcionários desta Câmara - alguns funcionários estão sendo coagidos, estão tendo, de forma irresponsável, que fazer uma opção: se assinam ou não assinam a tal lista.

O que tenho em mãos - e já fiz a análise aqui - é que funcionava mal, mas muito mal mesmo esse setor e, por este motivo, sem fazer qualquer juízo de mérito, se tinham má-fé ou não tinham má-fé, esses funcionários, durante o curso da investigação feita pelo sindicante, precisam ser afastados. Foi isso o que eu disse. Eu não julguei ninguém. Eu não condenei ninguém. Eu entendo, Sr. Presidente - e esta é uma questão muito séria - que no âmbito de uma sindicância ficará muito difícil que nós venhamos a verificar caso por caso.

Na reunião de quarta-feira estou requerendo, Sr. Presidente, à Mesa Diretora que dirige esta Casa, Certidão de Nascimento de todos os filhos de funcionários que recebem o auxílio, estou requerendo que Vossa Excelência diligencie, junto à Junta Comercial, o CGC de todas estas creches, ou junto ao Cartório de Títulos Especiais, e que cada creche nos entregue aqui um documento onde diga realmente se essas crianças estão matriculadas na creche, se essas crianças estão freqüentando esta creche. Assim eu poderei, sem trazer problemas à sindicância ora em curso, ter as conclusões.

Quero dizer que o que eu já tenho em mãos é muito sério, e que esta permissividade, esta incúria desse setor fez com que pessoas ingênuas, pessoas honestas se envolvessem com irregularidades. Muito obrigado, Sr. Presidente.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz está com a palavra em Grande Expediente, em tempo cedido pelo Ver. Paulo Brum.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Senhoras e Senhores, hoje estava fazendo uma pesquisa e colhi duas frases importantes a respeito da perfeição. Uma de William Shakespeare que diz: “Não há perfeição tão absoluta que não seja poluída por alguma impureza”, e a outra de Santo Agostinho que diz: “A função da perfeição é fazer com que cada um de nós conheça a sua imperfeição”.

Senhores, estou extremamente desconfiado dessa perfeição do PT, um partido que não erra nunca, um partido que não comete erros - os erros são dos outros -, e agora até a malandragem de alguns de seus funcionários, até mesmo a incúria de alguns de seus funcionários, até mesmo a corrupção de alguns de seus funcionários tem que ser atenuada, jogando a culpa sobre funcionários com mais de trinta anos de carreira. É extremamente covarde que um Vereador venha aqui nesta tribuna acusar funcionários com mais de trinta anos de carreira, funcionários que não podem vir aqui se defender, funcionários que foram atacados pelo Ver. Juarez Pinheiro que, mentirosamente, disse que não fez ataque a esses funcionários. E eu tenho aqui, Vereador, o seu aparte, tenho aqui a sua Questão de Ordem levantada ao Presidente desta Casa, onde V. Exa. disse: (Lê.) “É um setor que a meu juízo era corruptor”. O Senhor disse isso, que o setor era corruptor, e eu quero que V. Exa. prove em sindicância que aquele setor corrompe ou que V. Exa. vá em juízo e que possa processar estas pessoas, se algum mal elas cometeram. V. Exa. compara o caso com o do bandido que leva o dinheiro que está bolso de uma pessoa que está transitando na Rua da Praia, e V. Exa. quer inocentar o bandido, justificando que aquele homem não deveria carregar dinheiro no seu bolso. É isso que V. Exa. quer, V. Exa. quer inocentar as pessoas que cometeram, realmente, crimes graves contra esta Câmara Municipal, enlameando funcionários com trinta anos de carreira.

Eu queria que a veemência de V. Exa., Ver. Juarez Pinheiro, pudesse ser utilizada para defender a sua companheira de Bancada, Vera. Sonia Saraí, que, injustamente, foi envolvida nesse episódio. V. Exa. jamais citou os Vereadores realmente envolvidos, e V. Exa. disse que é favorável à decência, V. Exa. disse que é favorável à verdade, mas que verdade é essa? Que decência é essa? Quando uma companheira de partido, que recém ingressou na Câmara de Vereadores, foi atacada de todas as formas. Ela precisou vir a tribuna fazer a sua defesa, não teve uma voz dentro do PT que se levantasse para defender a Vereadora e agora querem atacar os funcionários da Câmara Municipal. Olhem o texto que esses funcionários fizeram, eu quero ler este texto para justificar as palavras do Ver. Juarez Pinheiro, que atacou, mais uma vez, esses funcionários dizendo que irregularmente estavam fazendo esse texto. Prestem atenção, por favor, e olhem o “crime” cometido por esses funcionários da Diretoria Administrativa. (Lê.)

“Os funcionários da Diretoria Administrativa, juntamente com a Diretora, sabedores das declarações de um Vereador, na Sessão Plenária desta data, vem apresentar a V. Exa., Presidente da Casa, a quem está dirigida esta correspondência, a sua inconformidade com a manifestação que coloca em dúvida os serviços realizados nesta Diretoria. A atitude dos funcionários do Serviço de Recursos Humanos de relatar as irregularidade encontradas nos recibos de pagamento de auxílio-creche, está respaldada no artigo nº 196, inciso VIII da Lei Complementar nº 133, Estatuto dos Funcionários do Município de Porto Alegre, que dispõe sobre os deveres dos funcionários. Esperamos contar com a compreensão de V. Exa. na defesa dos serviços prestados pelos funcionários deste Legislativo, uma vez que os servidores que apresentaram o relato, que deu origem a manifestação do Sr. Exmo. Vereador, tiveram a intenção, única e exclusivamente, de preservar a Instituição Câmara Municipal de Porto Alegre, tão bem dirigida por V. Exa.”

 Esse é o “crime” cometido por esses funcionários, o “crime” de querer se justificar, dizendo: “nós não somos corruptos, nós fazemos o serviço com a maior competência” e fizeram isso, Ver. Nereu D’Ávila, para se justificar, porque foram atacados neste Plenário pelo Ver. Juarez Pinheiro, que os chamou de corruptos, e eles tiveram que se defender. E esta defesa foi considerada mais uma vez pelo Ver. Juarez Pinheiro como irregular, como se esses funcionários não tivessem o direito de se defender. Fique sabendo, Ver. Juarez Pinheiro, que todas as pessoas que são atacadas vão acabar se defendendo, e, na defesa, essas pessoas somente querem que a Mesa Diretora da Casa faça todos os esforços para levantar os problemas e punir os culpados, se por acaso existirem. E, se V. Exa. tiver outras denúncias, Ver. Juarez Pinheiro, leve-as até o Presidente da Casa, para que sejam abertas logo as sindicâncias, para que se apurem os fatos e se punam os culpados. Mas não venha fazer ameaças covardes como V. Exa. fez desta tribuna. Que V. Exa. não faça essa covardia mais uma vez, de acusar pessoas que não podem vir aqui se defender. Ataque os Vereadores, que têm direito à tribuna, não ataque os funcionários.

 

(Manifestações das galerias.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Mesa informa que não são permitidas manifestações das galerias. É o Regimento que assim determina.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Este documento que eu trago aqui tem a assinatura de praticamente cinqüenta funcionários. E, se por acaso algum funcionário foi forçado a assinar este documento, eu quero, Sr. Presidente, que se abra imediatamente uma sindicância e que se apure qual o instrumento que forçou esse funcionário a colocar a sua assinatura neste documento. Eu quero saber quem são esses cruéis coatores que fazem com que uma pessoa coloque, de maneira inocente, a sua assinatura num documento sem concordar, e que pede apenas que V. Exa. averigúe os fatos. Não tem aqui uma só acusação contra quem quer que seja, apenas esses funcionários querem que a Mesa Diretora, imediatamente, e é por isso que este documento foi encaminhado para o Presidente da Casa e com cópia para as Lideranças, faça a averiguação dos fatos.

Eu peço, Sr. Presidente, que, por favor, nenhum Vereador mais venha a esta tribuna atacar quem não possa se defender. Ataquem os Vereadores, nós somos aqui partidos políticos, nós discutimos idéias e saberemos sempre reconhecer os nossos erros, quando eles houverem, e queremos sempre ser punidos pelos nossos erros. Sempre que eu errar, quero ser punido. Sempre que houver, na verdade, um erro cometido por qualquer funcionário, tem que ser averiguado e tem que haver punição, mas não pode haver tamanha perfeição de um partido político, que jamais reconhece os seus erros e que quer enlamear pessoas honestas para encobrir as suas falhas. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, o Ver. Luiz Braz deve estar com um problema auditivo e não deve ter escutado a minha intervenção, porque se tivesse escutado não faria a intervenção que fez.

O Vereador nominou “pessoas safadas do PT”. Eu requeiro a V. Exa. que o Vereador diga quem são as pessoas safadas do PT.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Juarez Pinheiro, se houve esse termo, realmente nós averiguaremos; confesso que não ouvi esse termo no pronunciamento do Ver. Luiz Braz.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, todos aqueles que falsificaram documentos são pessoas que, por mim, não podem ser classificadas com outro termo. Eu pediria que V. Exa., por favor, eu não conheço os nomes e se soubesse não os diria, averiguasse todos os funcionários que falsificaram documentos para receberem quantias desta Casa, que são bem conhecidos pelo Ver. Juarez Pinheiro, que é da Bancada do PT.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente, um dos funcionários, por exemplo, nominados pelo pessoal do PTB que fez essa investigação irregular, foi o funcionário Brizola, uma pessoa absolutamente desrespeitada e que não cometeu nenhuma irregularidade, esse é o nome que o Ver. Luiz Braz e seu partido nominou em outro momento.

Sr. Presidente, com tranqüilidade, quero dizer que fiz um Requerimento para que o Vereador dissesse os nomes, porque acusou funcionários safados do PT.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Luiz Braz deixou claro que se soubesse os nomes não diria. Já entendi o pensamento de V. Exa., só não gostaria que continuasse uma discussão paralela em nome de Questão de Ordem não existente.

 

O SR. LUIZ BRAZ (Questão de Ordem): Sr. Presidente, só que este Vereador não citou nenhum nome, quem citou nome foi o Ver. Juarez Pinheiro, que veio aqui a esta tribuna.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO (Questão de Ordem): Sr. Presidente, por não ter citado é que eu requeri esta Questão de Ordem, porque ele chamou funcionários do PT de safados, mas não teve a coragem de nominá-los.

 

O SR PRESIDENTE: A discussão está encerrada. Os dois Vereadores ocuparam o Grande Expediente, fizeram os seus pronunciamentos, veementes, mas agora as Questões de Ordem já não são mais Questões de Ordem.

Então, eu pediria que nós retomássemos a serenidade dos trabalhos.

Resta, exatamente, o Ver. Reginaldo Pujol, como último inscrito no Grande Expediente.

Eu peço escusas a V. Exa., Ver. Reginaldo Pujol, pois o Ver .Isaac Ainhorn havia apenas cedido a sua vez, mas não a Liderança do Partido Democrático Trabalhista, que ele tem direito de usar pelo período de cinco minutos, e o faz neste momento.

O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, no exercício do meu mandato de Vereador da Cidade de Porto Alegre, no dia 09 de abril, ingressei com um Projeto de Lei regulamentando na Capital o Orçamento Participativo. Até porque, no curso desses anos todos, e remonto a 1991, esta Casa vem lutando pela regulamentação, pelo estabelecimento de uma lei regulamentando o Orçamento Participativo na Cidade de Porto Alegre.

O primeiro projeto que surgiu para regulamentar o Orçamento Participativo na Cidade de Porto Alegre foi de um Vereador petista, o Ver. Clovis Ilgenfritz.

Posteriormente, o Ver. Nereu D’Ávila, Presidente desta Casa, apresentou também um projeto estabelecendo uma lei para o Orçamento Participativo.

No ano de 1996, quando presidi esta Casa, expressando o sentimento da Mesa Diretora da época, numa deliberação da própria Mesa e no discurso que me investi na condição de Presidente desta Casa, pedi um amplo debate sobre a necessidade, ou não, de regular o Orçamento Participativo. Naquele ano, uma Comissão Especial foi constituída e, da sua constituição, dos seus debates, surgiu um relatório afirmando a necessidade de se criar uma lei para regular o Orçamento Participativo. No entanto, esta Casa nunca chegou a votar uma lei nesse sentido; não atendeu sequer ao próprio resultado da Comissão Especial, que propunha a criação de uma lei nesse sentido.

Neste ano, Sr. Presidente, há cerca de quinze dias, ingressei com um projeto de lei regulamentando o Orçamento Participativo e, como projeto de lei, é uma proposta de um Vereador que pretende que o seu Projeto seja examinado, seja emendado, seja debatido, e, se considerado legítimo por esta Casa, por sua maioria, seja aprovado, tornando-se lei.

No entanto, o terror, a intimidação, o patrulhismo, já estão tomando conta da Cidade de Porto Alegre, tentando fazer com que este Vereador retire o seu Projeto de lei.

Antes de mais nada quero reafirmar a V. Exa. e ao conjunto dos meus colegas Vereadores que o meu Projeto - vou deixar bem claro isso - é a favor do Orçamento Participativo. Eu o quero por lei, porque a experiência tem demonstrado que sem lei ele tem sido usado como instrumento eleitoral, como máquina eleitoral.

Dizem - e esse é um debate que quero estabelecer - que a estrutura do Orçamento é não-estatal, toda ela passa pelo Gabinete do Prefeito, passa pelo GAPLAM e passa por um conjunto de funcionários de Cargos em Comissão ligados diretamente ao Gabinete do Prefeito, a maioria dos quais com a gratificação de Assessor Superior.

Surpreendi-me quando, em vez de um debate transparente, como propunha o eminente Ver. Adeli Sell, o que veio foram acusações. Infelizmente, ontem, a Vera. Maristela Maffei foi à praça pública mentir para as pessoas quando afirmou que eu queria acabar com o Orçamento Participativo. Tenho testemunhas disso, tenho declarações e informações de pessoas a quem ela disse isso. Assuma, debata de forma transparente, Vera. Maristela Maffei; faça um debate de idéias, rico, porque não vou aceitar afirmativas de que este Vereador está entre os inimigos da democracia direta. Está dito aqui, num manifesto firmado pela Vera. Maristela Maffei, que somos inimigos da democracia direta. Não é verdade! O que eu quero é a valorização da democracia direta, compatibilizada com a democracia representativa, expressa nos trinta e três Vereadores que receberam o reconhecimento e o voto popular da Cidade de Porto Alegre.

Realmente, o perfil patrulhista, intimidatório, não aceitarei. Irei com esse Projeto de forma democrática; discutido, ele entra na Pauta, na quarta-feira. E V. Exa., Vera. Maristela Maffei, pode ser contra o meu Projeto, agora, vou pedir-lhe um favor: pelo menos, leve ao seu Partido o original do Projeto, e leia-o para depois, então sim, poder discutir. V. Exa., uma Vereadora séria, jovem, respeitada, nova nesta Casa, deve debater exatamente o teor do Projeto de Lei, e não assacar acusações, injúrias, infâmias contra um colega seu, fora do debate sério, rico, transparente desta Casa. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, em Grande Expediente.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, evidentemente, esta segunda-feira pode estar - a alguns menos avisados - parecendo extremamente tensionada. Eu não entendo desta forma, Sr. Presidente, até porque os temas que estão sendo objetos dos debates mais acalorados da Casa, justificam as intervenções que aqui tem-se sucedido. Ainda tenho presente a manifestação do Ver. Isaac Ainhorn, apaixonada, própria de um homem que teve o descortino de apresentar a esta Casa um projeto de lei que, certamente, haveria de provocar os debates que se iniciaram - dos quais eu irei participar intensamente.

Entendo que precisamos, de uma vez por todas, desmistificar esse processo que faz com que tudo nesta Casa, tudo neste Município, se realize sob o manto não-institucional do chamado Orçamento Participativo. Nós já tivemos a oportunidade de comentar, em ocasiões as mais diversas, até a impropriedade desse termo, dizendo, em outros momentos, que a peça legal do orçamento se desdobra em vários momentos, entre os quais tem a sua preparação, que, aparentemente, é o que é utilizado pelo Executivo do Município para elaborar uma proposta orçamentária que, necessariamente, tem que ser, em um segundo momento, objeto de exame deste Legislativo; como tem que ser examinada por qualquer câmara legislativa em qualquer país com organização democrática, em que não exista um partido único a definir, nas suas instâncias internas, o que deve ser seguido pela sociedade como um todo.

 

O Sr. Isaac Ainhorn: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Vereador, dentro deste debate, o que eu me insurgi - e acabei até me emocionando na tribuna - é contra um sentimento de hostilidade à própria instituição Câmara Municipal, porque sou acusado, segundo a Vera. Maristela Maffei, de querer atrelar o Orçamento Participativo à Câmara de Vereadores e acabar com a participação popular. Sou acusado de querer instituir uma política de apadrinhamento e clientelismo. O que quero é exatamente o contrário. Se o Orçamento Participativo é uma instituição boa, vamos transformá-lo em lei, e que não seja coordenado apenas pelo Poder Executivo, que seja coordenado e trabalhado com a participação da Câmara Municipal. Que estrutura e instituição mais importante que não a da representação popular da Cidade de Porto Alegre? Muito obrigado, Ver. Reginaldo Pujol.

 

O Sr. Cyro Martini: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Eu só gostaria de contribuir, procurando esclarecer. Eu tenho a impressão de que se V. Exa. e o Ver. Isaac Ainhorn conhecessem de perto o Orçamento Participativo, saberiam que não há mistério algum nos desdobramentos das reuniões do Orçamento Participativo que, muitas vezes, nem são do Orçamento, são dos Conselhos Populares das diversas regiões de Porto Alegre. Não há mistério algum, basta conhecê-lo. Agora, querer engessá-lo, tirando-lhe a espontaneidade, isso é que vai prejudicar o seu andamento. O Orçamento é um critério de escolha de obras.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Fico grato a V. Exa. e quero dizer, com toda sinceridade, que me sinto muito à vontade para debater esse tema da forma que entendo deva ser debatido um tema dessa relevância, não podendo ser deixado de lado uma perspectiva: é que na medida em que a prática do Orçamento Participativo é utilizada como bandeira de uma agremiação político-partidária, certamente esse debate, cedo ou tarde, teria que desembocar em posturas radicais, como as que estamos observando no momento. Eu entendo que até para debater esse assunto, primeiramente deveríamos definir o que é o Orçamento Participativo, que é uma espécie daqueles remédios do tempo passado que, segundo a ótica da Administração Municipal, tem o condão de que em tudo que toca, cura, porque só se faz notícia na Cidade de Porto Alegre, só se faz matéria paga, só se justificam posições e opções administrativas, as mais diferenciadas possíveis, dizendo que isso é fruto do Orçamento Participativo.

No fim de semana li, num jornal, que em uma escola estava-se fazendo o Orçamento Participativo. Ora, há uma dicotomia muito séria entre o que é orçamento e o que é participação popular. O meu Partido é pela gestão participativa, mas essa não pode se dar, simplesmente, de forma opinativa, e sim, no compartilhamento das tarefas da administração com a comunidade, como a que pretendemos introduzir nesta Cidade. Sob o protesto do Partido dos Trabalhadores, propusemos a possibilidade real e legal de que a comunidade se some ao Governo do Município para, em determinadas circunstâncias, aproveitar áreas ociosas do Município de Porto Alegre para ali erguer áreas de lazer, de recreação e de prática de esportes. A participação comunitária é ampla e se dá das mais diferentes formas possíveis.

O que não se pode tolerar é que exista esse biombo que hoje limita as atividades político-administrativas do Município de Porto Alegre; o que não se pode permitir é que se continue transformando essa peça, prevista constitucional e organicamente em todas as estruturas administrativas do País, que é o orçamento, em algo separado, como se houvesse, no Município de Porto Alegre, dois orçamentos: o orçamento do PT - leia-se “Orçamento Participativo” -, e o orçamento da Cidade, aquele que votamos aqui na Câmara Municipal. Aliás, esse, temos votado de forma pouco esclarecida na maioria das vezes, porque nos são sonegadas informações prévias que seriam absolutamente indispensáveis para que o posicionamento deste Legislativo pudesse ocorrer de forma adequada. Ademais, as próprias demandas priorizadas pelo dito Orçamento Participativo na Cidade, e que acredito que sejam justas e adequadas, não vêm sendo executadas por quem teria o compromisso de executá-las, que são os que proclamam as benesses, as qualificações e, sobretudo, a excelsa do chamado Orçamento Participativo.

Fez bem o Ver. Isaac Ainhorn em propor a quebra dessa caixa-preta e, no mínimo, o seu Projeto permitirá que se debata à exaustão esse tema aqui na Casa e, desse debate - que poderá ser mais ou menos exaltado, mais ou menos qualificado, dependendo de seus protagonistas - teremos esclarecido adequadamente o que é, quais fundamentos, qual a finalidade, para que veio e o que quer o chamado e decantado Orçamento Participativo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, sempre digo aqui que sou um homem simples, e sou. Em 1993, quando comecei a fazer algumas denúncias contra a administração da Prefeitura, fui alertado por um Vereador do PT de que minha administração de Prefeito seria levantada e eu saberia o que era fazer denúncias. Eu agradeci imediatamente, porque era uma coisa muito boa que iam fazer, ou seja, fazer um levantamento da minha administração e me denunciar. Isso ocorreu há mais de cinco anos, e ainda não fui denunciado. Penso que só existe o certo e o errado, não existe meio certo e meio errado. Penso que os servidores da Câmara Municipal são competentes, sérios, responsáveis e servem na Câmara Municipal, eles não a dirigem. A Câmara Municipal é dirigida pela Mesa, onde os partidos se agrupam, lotam os cargos e determinam como devem fazer. Se queixa deve ser feita, é sobre quem dirige, e não sobre quem serve. No caso colocado, penso que os servidores têm razão por se sentirem magoados, porque não merecem as palavras que foram ditas aqui, com razão ou sem razão, não importa. O que me preocupa é a maneira como estão sendo conduzidos os problemas desta Casa.

A Vera. Sonia Saraí deveria ser, de imediato, na primeira declaração formulada por esta Casa, isentada de qualquer coisa. A Vera. Sonia Saraí recebeu um voto de repúdio de um Vereador do meu Partido, em Viamão. Ela não tem culpa nenhuma, ela nem estava aqui quando ocorreram esta irregularidades que me parecem ser perfeitamente localizadas.

É importante que se veja se há mais? É importante. Apareceu um problema, vamos verificar. Mas não se pode fazer uma declaração, que é a ponta do “iceberg”, apenas. Eu só posso fazer esta declaração depois de uma análise mais profunda. Eu não posso, no caso da Vera. Annamaria Gularte, permitir que se faça ilações dizendo que outros Vereadores fazem a mesma coisa. É preciso que se deixe claro que é um fato localizado e que está sendo examinado com toda isenção e que nós vamos saber. Mas não se pode permitir que a Casa do Povo de Porto Alegre seja atingida.

Eu tenho 28 anos de Casa, vi esta Casa ser elogiada como a mais correta de todo o País, na Presidência do nobre Ver. José Aloísio Filho, que dá nome a este prédio. Vi, da mesma forma, com José César de Mesquita, Pessoa de Brum e com tantos outros. Mas, de repente, me parece que a preocupação de dar entrevistas, a preocupação de acusar supera toda e qualquer coisa no sentido de organizar e dirigir.

Então, eu vou reiterar: se os servidores têm deficiências nos seus serviços, eles têm direção. E eu falo com a tranqüilidade de quem sempre assumiu a responsabilidade, porque eu sempre disse que responsabilidade se assume e não se transfere. Eu fui Prefeito e coloquei na maioria das Secretarias servidores do Município, porque eu tinha neles, nos servidores, toda a tranqüilidade. Eles conheciam a Casa e continuariam servindo depois que eu saísse. Eu não loteei cargos nunca. E eu estou dizendo, hoje, sobre loteamento de cargos o que eu já disse nesta tribuna, estou repetindo.

Fica muito fácil culpar o servidor. O nome “servidor” está dizendo: serve. O outro dirige. E o dirigente, se tem queixa para fazer, que a faça lá no setor onde há falhas; oriente, mostre como é, mostre a sua responsabilidade, mostre a sua competência, mude de posição o servidor, se tiver que ser mudado; mas não pode criticar pura e simplesmente. É preciso assumir a responsabilidade; se estou dirigindo, o responsável sou eu, não vou apenas dizer que os servidores são os culpados. Não: os servidores tomaram conhecimento de um erro, de uma ação que não era correta e foram verificar. Na verificação, levaram ao conhecimento do Presidente. Absolutamente correto, dentro do Estatuto do Servidor Público Municipal e, por isso, estão sendo criticados hoje.

Se há erro, se há omissão, se há falha, busque-se a direção, busque-se quem tem a responsabilidade de dirigir, mas não se atribua, lá no setor, a culpa pelo que aconteceu, pelo que deixou de acontecer e não se faça ilações do que possa estar ocorrendo, sem antes ter a precisão de dizer: “fiz uma sindicância, constatei isso”. Foi o que eu disse na reunião de Mesa e Lideranças. Não está na Ata, mas fui eu quem propôs. O que tem que ser feito, de imediato, sem nenhuma delonga, é anunciar que na forma do Estatuto, aberta a sindicância, não importa quem será o sindicante, em 10 dias daremos as conclusões. Não, passamos a dar entrevistas e aí, os servidores da Câmara passaram a pagar o crime que não cometeram. Saúde e paz. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, ocupo a tribuna, em nome da minha Bancada, o PMDB, para trazer de volta um tema que tem ocupado grande parte dos debates nesta tarde, mas que, acredito, seja necessário, pela responsabilidade pública que todos nós temos de esclarecer a população sobre todas as questões referentes à prática administrativa e aos procedimentos que devem ser tomados por esta Casa.

Há algum tempo a imprensa tem denunciado uma série de irregularidades cometidas por três pessoas; até agora, são três denúncias de funcionários em Cargo em Comissão, no que se refere à má utilização do auxílio-creche.

Quero dizer que é fundamental a preservação de um auxílio-creche para as crianças de zero a seis anos. Essa foi uma luta histórica da sociedade, desde a Constituição de 1988; em 1993 uma Lei interna a regulamentou.

Recentemente, o Serviço de Recursos Humanos desconfiou que havia irregularidades nesse processo. Houve suspeitas de falsificação de documentos, de utilização irregular de CGC de algumas entidades, houve suspeitas de que alguns funcionários usavam creches-fantasmas como se fossem verdadeiras e que havia má aplicação do dinheiro público por parte desses funcionários.

Essas são as denúncias. A Câmara tem uma Comissão que as investiga. As denúncias surgiram porque alguns funcionários desta Casa cumpriram o art. 196 da Lei Complementar, que é a que se refere ao Estatuto dos Funcionários Públicos do Município de Porto Alegre, o qual diz que todos os funcionários devem se responsabilizar por suas ações. Todos nós sabemos que o funcionário público que suspeitar de um ato irregular e não denunciar poderá ser considerado cúmplice ou conivente com esse ato. Os funcionários do Serviço de Recursos Humanos demonstraram extremo compromisso com a causa pública e com a questão pública. Usaram da sua prerrogativa, do seu compromisso e da sua obrigação de funcionários públicos para não fazer, aleatoriamente, um pagamento havendo suspeita de corrupção, de falsificação de documentos, de má aplicação do serviço público.

Infelizmente, a imprensa noticiou que esses funcionários eram do gabinete da Vera. Sonia Saraí. Creio que é uma injustiça com a Vereadora, porque isso aconteceu vinte dias depois de a Vereadora ter assumido nesta Casa. É importante dizer isso: não eram de uma Vereadora; seguramente essas pessoas eram vinculadas e foram contratadas por outros Vereadores do PT que antecederam a Vereadora.

Essa é a realidade dos fatos! Essa realidade tem que ser investigada. É obrigação de todos nós, Vereadores, exigirmos isso. Não há nenhuma justificativa para tergiversar essa realidade. Há denúncias graves. As provas que foram apresentadas pelos funcionários - que não poderiam simplesmente fazer uma denúncia sem apresentar os motivos das suas suspeitas - são extremamente comprometedoras em relação a esses funcionários que falsificaram documentos, que usaram creches fantasmas e que fizeram má utilização do serviço público. Essa é a realidade!

Recentemente parece que as coisas começaram a mudar de rumo. Os funcionários que cumpriram um artigo do Estatuto do Funcionário Público começam a ser acusados. Isso é tergiversação, e é uma tentativa de tirar o foco de onde ele tem que estar.

Por último, quero dizer que a pessoa que é responsável pelo Serviço de Recursos Humanos desta Casa ocupa um Cargo em Comissão da administração interna desta Casa de quatro ex-Presidentes, e sobre ela jamais houve alguma denúncia. É uma funcionária do quadro, assim como as funcionárias do seu setor. Os outros funcionários que praticaram as irregularidades, esses sim, têm que ser investigados.

E eu não penso que é pelo fato de esses funcionários terem sido contratados por Vereadores da Bancada do PT que os Vereadores do PT tenham o direito de usar sua tribuna contra os funcionários - que não podem se defender, porque não têm o direito de usar essa tribuna - e colocar suspeitas sobre eles na opinião pública. Muito obrigada.

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Sônia Santos solicita licença para tratamento de saúde no dia de hoje.

 

(Obs.: Foi aprovado Requerimento de licença da Vera. Sônia Santos, e dada posse ao Suplente, conforme consta da Ata.)

 

O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pelo Partido dos Trabalhadores.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esta Liderança tem procurado manter posição única e tranqüila sobre as possíveis irregularidades que foram levantadas aqui, tanto no caso de uma Vereadora que está sendo alvo de uma Comissão de Ética, quanto das possíveis irregularidades levantadas contra alguns assessores de nossa Bancada. Nos dois casos afirmei que não tínhamos nem que absolver, nem condenar previamente, mas que houvesse toda uma investigação até o final do processo; até o fim da situação, para que nós levantássemos todas as questões envolvidas, tanto num caso quanto no outro. Alguns omitem o fato do auxílio- creche, e foi este Vereador em nome da Bancada do PT, que no dia 31 de março entregou ao Sr. Presidente, nesta Mesa Diretora, o pedido de sindicância para que tudo fosse investigado profundamente. Nós queremos que vá até o fundo! Já disse pela imprensa, já disse nesta tribuna, que se ficar provado que alguns dos nossos companheiros têm culpa neste processo, tomaremos medidas do ponto de vista funcional e partidário. Ah! Não tenham dúvidas. “Pizza” não existe no cardápio do PT.

Ora, nós não podemos aceitar que algumas questões com relação ao auxílio- creche aconteçam e nós fiquemos parados, passivamente, olhando. No dia em que o Sr. Diretor-Geral me mostrou o processo que tinha chegado às suas mãos, imediatamente a imprensa foi comunicada. Uma pessoa desta Casa informou imediatamente a imprensa, porque no outro dia, até o Sr. Presidente, inclusive, foi pegado de surpresa, e já estava nos jornais da nossa Cidade. É de ficar calado nesta situação? É de fazer de conta que ninguém viu?

O Estatuto do Funcionário Público, todos sabemos disso, determina que todo o funcionário que perceber que há alguma irregularidade, tem obrigação - não é nem direito, é obrigação - de levar ao seu chefe para abrir uma sindicância, e assim, por diante. Nós tivemos, inclusive, um motorista - a coisa aconteceu no Serviço de Recursos Humanos - que também foi investigar, sem que a Casa soubesse que o carro da Casa e o Setor de Fotografia estavam sendo usados.

Ora, Srs. Vereadores, vamos com calma! Nós queremos que tudo seja esclarecido, mas nós não vamos ficar calados com algumas questões que forem envolvidas. Ao solicitar a sindicância, logo em seguida nós solicitamos mais informações para que tudo fosse clareado, e demorou bastante para que o documento, se não fosse a intervenção do Sr. Diretor-Geral, o documento talvez não tivesse chegado às mãos do Ver. Juarez Pinheiro. Logo que começamos a analisar, vimos que tínhamos que baixar a cabeça e verificar como é que esse benefício do auxílio-creche tem sido passado para as pessoas. Nós temos muito que analisar. Agora, não há nenhuma acusação a nenhum funcionário, porque, no geral, os funcionários desta Casa são honrados, inclusive do Serviço de Recursos Humanos e do setor de fornecimento do benefício do auxílio-creche. Nós não podemos, a partir daí, colocar uma cerquinha para não olharmos tudo o que se passou, nós temos certeza de que há várias irregularidades. Portanto, não vamos ficar na berlinda. Volto a dizer: no nosso cardápio não tem “pizza”. Nós não queremos “pizza” em cardápio de partido nenhum, em nenhum setor da Casa.

Historicamente, a nossa participação, no setor público, é no sentido de fazê-lo cada vez melhor e para isso, Sr. Presidente, todo o esclarecimento é necessário. A Vera. Sonia Saraí tem todo o nosso apoio, foi decisão da nossa Bancada que a Vereadora viesse aqui fazer a fala que fez na outra Sessão. Nós queremos que tudo seja esclarecido, e é assim que vamos trabalhar. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores.  Tenho em mãos, chegou neste momento à Casa, cópia do Ofício do Juiz de Direito do 2º Juizado da 1ª Vara da Fazenda Pública, Dr. Túlio de Oliveira Martins, dirigida ao Sr. Secretário Municipal dos Transportes, no sentido de comunicar que deferiu medida liminar requerida pelo Sindicato dos Taxistas de Porto Alegre em relação à presumida proibição, por parte da Secretaria Municipal dos Transportes, da utilização de “bandeira 2” nos táxis de Porto Alegre. Eu não vou entrar no mérito da questão da “bandeira 2”, até porque quero lembrar aqui que quando o Projeto foi apresentado a esta Casa fui um dos Vereadores que votou contra o Projeto, embora entendo que na época se colocava até uma determinada lógica diante de uma situação inflacionária. Entendia que a “bandeira 2” era prejudicial à população de Porto Alegre e, portanto, me coloquei contrário quando da votação do Projeto. Foi um Projeto de Lei aprovado, sancionado pelo prefeito Municipal e, portanto, lei vigente na Cidade.

A partir daí, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, nós nada mais temos a dizer a não ser que se cumpra a lei. Não há condições de que, seja lá quem for, mesmo o Prefeito Municipal se arrogue o direito de descumprir uma lei. E a lei, boa ou má, existe.

Eu quero dizer, de público, com a maior tranqüilidade, que se a Prefeitura Municipal de Porto Alegre, por um acaso, enviar um projeto de lei para mudar a lei, terá, neste Vereador, a simpatia para este projeto. O que não se pode aceitar, em hipótese alguma, é imaginar que um Secretário, seja ele qual for, mesmo o de Transportes, uma autoridade municipal, um diretor de empresa, seja ele o Sr. Fernando Lidner da EPTC, ou seja o Mandatário do Município, possa mais do que uma lei.

E aí, o que eu vejo, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é de novo um comportamento auto-suficiente do Poder Municipal, porque não gosta, descumpre e descumpre porque se acha no poder de descumprir.

Felizmente, para nós, o Judiciário ainda está aí. E o Judiciário vem colocando, gradualmente, pontos de referência e de controle em relação a esse tipo que é, realmente, um tipo de desmando. Pois se a Prefeitura não quer cumprir a lei, é bem simples: ou a Prefeitura entra na Justiça contra a legislação e consegue suspendê-la ou então manda um outro projeto para esta Casa, como faz, aliás, com o DMAE. Não quer cumprir a lei em relação à direção do DMAE, encontra um subterfúgio para contornar uma situação que é evidentemente irregular, mas, bem ou mal, manda um projeto de lei para esta Casa que faz com que a Casa deva analisá-lo, e dizer se concordará ou não com a mudança da legislação que permite que diretor do DMAE não precise mais ser engenheiro civil ou engenheiro sanitarista. Mas, neste caso não.

Confesso a V. Exas. que quando ouvi no rádio a notícia de que a SMT não iria cumprir a lei, e aliás ameaçava taxistas com recolhimento de veículo, com multa, com queixa na Delegacia de Polícia, eu disse: “o pessoal está perdendo limites”. Vejam que na semana passada a Secretaria havia acabado de tomar outra lição em nível federal, que foi exatamente uma decisão em torno do famoso episódio da intervenção no sistema de ônibus, de dez anos atrás, onde perdeu no mérito, sem possibilidade de recurso, porque esta já é uma instância final. Quero lamentar, sobretudo, este episódio, porque, uma vez mais, das duas uma: ou há esta auto-suficiência ou há evidente má-fé. Má-fé por quê? Porque este é o sindicato que acabou, há poucos dias, de também ganhar na Justiça o direito de representar os taxistas junto à Secretaria Municipal dos Transportes. Ou será que foi vingança? Como tem que agüentar este sindicato, então trata de complicar a vida dos seus representados, que são os trabalhadores, os sindicalistas, os motoristas de táxi da Cidade de Porto Alegre. Perderam a liminar e não tenho dúvidas de que vão perder também no mérito. O problema é que quem paga, depois, é o morador da Cidade as custas de processos deste tipo. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador).

 

O SR. PRESIDENTE: Está com a palavra o Ver. Luiz Braz para uma Comunicação de Líder pelo PTB.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Ver. Nereu D’Ávila, Presidente desta Casa; Ver. Adeli Sell, Secretário; Senhores e Senhoras Vereadores. Quero cumprimentar a Liderança do PT. Ver. Guilherme Barbosa, o pronunciamento de V. Exa. justifica a Liderança que V. Exa. exerce nesta Bancada. O que V. Exa. quer para esta Casa, Ver. Guilherme Barbosa, é o que todos os Vereadores desta Plenário querem. Nós queremos é que haja decência, que haja moralidade, mas que os erros, Ver. Guilherme Barbosa, possam ser punidos quando forem encontrados, mas estes erros Vereador, não existem apenas nos partidos contrários ao seu. As virtudes Vereador, não são virtudes que foram feitas apenas para servirem ao PT, ou para que o PT se sirva delas. Nós que somos representantes dessa sociedade, que temos assento aqui neste Plenário, nós queremos e trabalhamos todos os dias para que os acertos aconteçam, para que as virtudes possam estar sobrepujando os erros, mas esses erros, Vereador, são cometidos, também, dentro do Partido de V. Exa. e, quando assim acontece, é mais do que justo que haja o reconhecimento e que haja, se possível, quando couber, a punição.

Mas é claro que quando se abre uma sindicância, a sindicância não se abre para punir ninguém; quando se abre uma sindicância é para averiguar o erro, se ele realmente existiu ou não. O que acontece nesta Casa, Ver. Pedro Américo Leal, é uma sindicância que está sendo feita para se verificar os erros cometidos, e, depois, se houver necessidade de punição, são outros instrumentos que serão utilizados para que essa punição possa se dar. O descontentamento com qualquer erro ou a necessidade de se punir o erro não é na verdade um apanágio apenas do Partido dos Trabalhadores. Todos nós queremos, se houver qualquer funcionário, seja de que partido for, ou sem partido, ou que setor ocupar na Casa, mas que cometeu um erro com má-fé, porque erros todos cometem, o problema todo, Ver. Pedro Américo Leal, se chama má-fé, o que é punido dentro do Direito Administrativo, aqueles que conhecem bem o Direito Administrativo sabem muito bem que o que é punido é exatamente a má-fé, o que é punido não é simplesmente o erro, porque errar, Vereador, por incrível que seja, pode ocorrer até mesmo dentro deste Partido tão perfeito, que se chama Partido dos Trabalhadores, até mesmo aí pode acontecer um erro. Agora, tem que se verificar, e é por isso que existe a sindicância, tem que se verificar se houve, na verdade, má-fé, se houve na verdade o dolo, se houve a premeditação do erro. Não simplesmente se houve o erro! Porque o erro, Vereador, é do ser humano, ele é normal entre os seres humanos. Existem alguns seres humanos que não querem admitir esse erro, que nunca erram e, quando são apanhados errando, preferem jogar a culpa nos outros e, de repente, faz com que outras pessoas paguem por culpa que eles na verdade têm.

Então eu acredito que a Mesa, muito bem dirigida pelo Ver. Nereu D’Ávila, Presidente da Casa, e que tem, dentre os seus membros, pessoas honradas e conhecedoras de toda a legislação que envolve esta Casa, vai utilizar todos os meios necessários para que essa sindicância chegue a bom termo, não para punir alguém, mas para verificar exatamente a má-fé. Se ela realmente existiu e, se existiu a má-fé, as punições que são indispensáveis, que são necessárias e muitas vezes, quem sabe, fogem dos próprios limites das punições indicadas pelas legislações que envolvem a Câmara de Vereadores, podem seguir, até mesmo, lá junto à Justiça penal. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Gilberto Batista está com a palavra para uma Comunicação de Líder pela Bancada do PFL.

 

O SR. GILBERTO BATISTA: Sr. Presidente, Srs. e Sras. Vereadoras, Sr. Secretário Adeli Sell, venho a esta tribuna, muito rapidamente, para dar continuidade aos trabalhos desta Casa, e entrar na Ordem do Dia, apenas enfocando um problema que está ocorrendo com a Associação dos Moradores da Vila Elizabeth Parque, que se denomina AMVEP. Essa entidade foi criada há mais de trinta anos, no Bairro Sarandi, localizada na Vila Elizabeth, onde esse Vereador reside, e passa por um processo muito difícil, neste momento. Até gostaria da atenção, em especial, do Ver. Guilherme Barbosa, no sentido de que pudéssemos, juntamente com outros Vereadores, tentar conversar com o Secretário da SMOV para pedir a esse Secretário a interferência desse órgão para aquela comunidade. Hoje, a Associação dos Moradores da Vila Elizabeth sofre um processo de demolição, Ver. João Dib, de 350 metros quadrados.

Existem, hoje, construídos nessa Associação, 2000 metros quadrados. Uma associação que - acredito eu - em Porto Alegre e no Estado do Rio Grande do Sul, seja uma das maiores. Ela é composta de canchas de futebol de salão, são três andares que aquele prédio ostenta, dois salões de festas, gabinetes médicos, enfim, toda a infra-estrutura que uma associação comunitária tem. E esta Associação que nos representa, por felicidade, tem um equipamento belíssimo que - como eu já disse - deve ser um dos maiores aqui de Porto Alegre e do Estado do Rio Grande do Sul.

Houve, no passado, essa construção - admitida pela associação como irregular. Ficou vários anos essa Associação junto a essa obra irregular.

Agora, há um ano e meio ou dois anos, a SMOV fiscalizou, através de uma denúncia, essa construção irregular dessa Associação.

Estamos tomando todas as providências cabíveis no sentido de ter plantas e de, junto à SMOV e SMIC, para a liberação desse prédio. E o Senhor sabe que serve muito à nossa comunidade, e a comunidade precisa muito daquela Associação. Então, eu faço um apelo a todos os Vereadores, principalmente ao Líder do PT, Ver. Guilherme Barbosa, para que gestionemos, junto com a Presidência da Câmara Municipal de Porto Alegre, para a realização de uma audiência com o Sr. Secretário, a fim de encontrarmos a melhor forma de solucionar o problema para as duas partes. A Associação não quer perder esse espaço precioso, onde realiza um trabalho magnífico na área social, e nós também não queremos dar prejuízo para a Prefeitura. Queremos solucionar da melhor maneira possível, e para que isso aconteça eu invoco a Câmara de Vereadores e os parlamentares.

Na passagem dos 55 anos do Hospital de Pronto Socorro, quero parabenizar essa brilhante instituição, o seu Diretor, e dizer que é uma instituição de renome em todo o País. E nós temos a felicidade de ter esse hospital, com o qual podemos contar sempre que precisamos. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PAULO BRUM (Requerimento): Sr. Presidente, eu requeiro que ao entrarmos na Ordem do Dia seja apreciado em primeiro lugar um Requerimento de minha autoria, no qual peço a representação desta Casa no Encontro de Parlamentares Portadores de Deficiência, que acontece em Brasília.

 

O SR. PRESIDENTE: Ver. Paulo Brum, o Requerimento de V. Exa. é procedente e, orientados pela Diretoria Legislativa, vamos apreciá-lo em primeiro lugar para não atrasarmos a sua viagem a Brasília.

Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Nós teremos que fazer uma inversão na Ordem do Dia para votarmos primeiramente o Requerimento do Ver. Paulo Brum. Não sei se há a solicitação para que algum outro requerimento seja também apreciado com urgência. Se não, procederíamos da seguinte maneira: votaríamos o Requerimento do Ver. Paulo Brum, que solicita a sua participação na reunião da Frente Nacional dos Parlamentares Executivos Portadores de Deficiência, nos dias 05 e 06 de maio do corrente ano em Brasília. O Vereador requer liberação de duas diárias e passagens aéreas, na forma da lei. Como o que é requerido implica despesa, devemos seguir o que o Regimento manda: que sejam aprovados pelo Plenário tais requerimentos.

Se não houver urgência para outros requerimentos, eu pediria aos nobres Vereadores que nós procedêssemos da seguinte maneira: colocaríamos em votação o do Ver. Paulo Brum, voltando depois aos projetos que estão aguardando votação.

Em votação o Requerimento do Ver. Paulo Brum, solicitando a alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem Dia. (Pausa.) Os Vereadores que aprovam permaneçam como estão. (Pausa.) APROVADO.

Então, invertendo a seqüência da Ordem do Dia, apenas para o Requerimento do Ver. Paulo Brum, nós colocamos em votação o Requerimento nº 83/99 do Ver. Paulo Brum. (Pausa.) Os Vereadores que o aprovam permaneçam sentados (Pausa.) APROVADO.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA (Requerimento): Sr. Presidente, eu quero propor ao Plenário a seguinte seqüência para a votação dos projetos: PLCL nº 006/98; PLCE nº 006/98; PLCE nº 008/98; PLE nº 040/98; PLL nº 16/99; PR nº 032/97; PR nº 012/98; PR nº 040/98; PR nº 050/98; PLCE nº 002/98 e Parecer nº 069/99.

 

O SR. PRESIDENTE: Eu coloco aos Srs. Vereadores a proposta apresentada pela Liderança do Partido dos Trabalhadores.

 

(O Sr. Presidente repete a proposta de seqüência de votação dos projetos, de autoria do Ver. Guilherme Barbosa.)

 

Essa seria a seqüência. Em votação nominal, por solicitação do Ver. Luiz Braz, o Requerimento. (Pausa.) (Após a chamada.) REJEITADO por 12 votos SIM, 17 votos NÃO e 1 ABSTENÇÃO.

 

VOTAÇÃO

 

(encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 1241/98 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 002/98, que altera dispositivo da Lei Complementar nº 133, de 31 de dezembro de 1985, e dá outras providências.(possibilidade de convocação para RDE, de servidores sem formação universitária ou habilitação legal equivalente, conforme exceções previstas em lei) Com Emenda nº 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela aprovação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Clovis Ilgenfritz: pela aprovação do Projeto;

-  da CUTHAB. Relator Ver. Paulo Brum: pela aprovação do Projeto.

 

Observações:

-  para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - Art. 82, § 1º, I e III, da LOM;

- adiada a votação por duas Sessões.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLCE nº 002/98. O Ver. Renato Guimarães está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente, Sras. e Srs. Vereadores, em primeiro lugar, registramos que alguns Vereadores, algumas Bancadas, no nosso entendimento, fizeram uma total injustiça a este Projeto. No momento da discussão em Pauta, registramos que o que se estava encaminhando para a Casa era a adequação de uma relação funcional administrativa no Executivo, relação essa que em nível dos poderes do Estado e da União já vinha ocorrendo, e com a defesa da grande maioria dos Partidos desta Casa.

Na União, por exemplo, os Partidos que defendem o Governo Federal, propuseram uma lei igual - pode procurar na Lei, Ver. João Dib -, de que para ocupar cargo em comissão não é necessário ter nível superior. Em nível estadual é a mesma questão, e aqui foi defendida por alguns Partidos e por alguns Vereadores. E acreditamos ser uma questão de justiça, porque em nível estadual e federal isso já era feito, e nos Legislativos, tanto federal quanto estadual, também é feito, que é de um funcionário comissionado poder exercer um cargo com uma faixa salarial de nível superior.

Relatamos que seria fazer justiça em Porto Alegre se fizéssemos o mesmo, equipararmos essa situação aqui em Porto Alegre, tanto no Executivo quanto no Legislativo, já que entendemos como discriminação tratar esse funcionário com diferença na remuneração, só por estar desenvolvendo papel político de importância dentro desses poderes. E faço um registro muito sério, por uma disputa ideológica, por vezes insana, alguns Vereadores não ouviram e encaminharam o debate desse processo por um viés que não é o de quem olha para a Cidade ou de quem está querendo colaborar com a Cidade, mas sim para o seu prejuízo. Num prazo de seis meses, tentamos negociar esse Projeto; foram feitas várias conversas.

O Ver. Pedro Américo Leal, por exemplo, tem o entendimento de que essa remuneração para cargos em comissão deva ter um limitador, e o Vereador apresentou uma emenda que acatamos. Abrimos um conjunto de outras negociações, nesta Casa, porque entendemos que a regra não precisaria ser só para o Executivo, podendo ser também para o Legislativo. Seria uma injustiça se a casa não reconhecesse que o cidadão que desenvolve papel importante no Governo Municipal ou no Legislativo,  que não tem nível superior, mas que desenvolve papel importante - a gente conhece situações iguais -, merece ter um salário compatível com a função que exerce. Pedimos coerência no debate realizado pelos Vereadores, porque nos outros poderes assim acontece, e por que não no Executivo e Legislativo de Porto Alegre? Mesmo pedindo a coerência, esse debate, sob o nosso ponto de vista, foi injustiçado pela cegueira ideológica de alguns partidos nesta Casa, que simplesmente querem fazer oposição e rejeitar tudo, não querendo debater, alterar ou melhorar o mérito.

 Mesmo assim, registro a sensatez do Ver. Pedro Américo Leal que aceitou o desafio, veio a esta tribuna, fez o debate, emendou e melhorou o Projeto, abrindo a possibilidade de nós o aprovarmos.

No dia de hoje, temos de dar um voto de confiança aos servidores públicos municipais que exercem cargo de confiança, com legitimidade, que têm capacidade, merecendo da Câmara de Vereadores um grau de confiança e, portanto, uma melhor remuneração. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Elói Guimarães está com a palavra para encaminhar.

 

 O SR ELÓI GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, já debati a matéria, e não pretendia voltar ao tema, mas o Ver. Renato Guimarães trouxe algumas questões, então reformulo aqui as colocações que fiz, quando a discuti. Em primeiro lugar, tem de ficar claro que este Projeto distorce, decompõe o instituto do Regime de Dedicação Exclusiva (RDE). Esse instituto é dado para aqueles que têm o curso superior, para que não exerçam a sua atividade na referida profissionalidade, seja médico, advogado, dentista, engenheiro, etc. e tal. Esta é toda a natureza jurídica do instituto do RDE - Regime de Dedicação Exclusiva.

A legislação administrativa conhece o RTI, que é o Regime de Tempo Integral, exatamente para aquelas pessoas que são convocadas e não têm o curso superior. Então, o projeto, salvo melhor entendimento, distorce o instituto que profissionaliza o serviço público de um modo geral.

Por outro lado, o Projeto denuncia, sim, baixos salários e, muitas vezes, se compreende até a situação do Chefe do Executivo do Governo Municipal que, em tendo cargos importantes, Cargos em Comissão, teria que remunerar melhor. Nós devemos dizer aqui que o que ganham os Secretários do Município é muito pouco. Esta é a grande verdade! O que ganham os Assessores em cargos políticos do Executivo - e, quando eu falo político, eu não estou falando que seja para fazer política, mas cargos de confiança - são salários baixos, que merecem melhor remuneração.

Em última análise, é o que está acontecendo hoje no serviço público do Município de Porto Alegre: os salários estão extremamente baixos, e se faz imprescindível uma política salarial para os servidores municipais de Porto Alegre. A estrutura salarial do Município, hoje, com raríssimas exceções, se colocada ao lado da do Estado e da União, perde. Nós excepcionamos o magistério, é bem verdade, em relação ao magistério do Estado. Mas se pegarmos as estruturas salariais do Estado e da União, o Município está perdendo.

Agora, o que nós não podemos é encontrar, nesta forma, a maneira de atender aquilo que eu acho até justo: melhor salário àqueles que têm redobradas funções. E nós sabemos que os Cargos em Comissão exercem papéis relevantes, sim, porque, via de regra, trabalham extraordinariamente, fazem horários extraordinários, inclusive nos finais de semana, pela natureza do Cargo em Comissão. Mas a forma preconizada não atende os princípios, não diria da moralidade, absolutamente, mas os princípios que norteiam a boa política no seio da Administração, que é preservar aqueles institutos que, como esse, vêm estimular aqueles que têm curso superior, e para não exercer o curso superior, recebem da função pública um tratamento pecuniário melhor, ou seja, os seus salários são dobrados quando existe o Regime de Dedicação Exclusiva.

Nesse sentido, encaminhamos contrariamente. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Nereu D’Ávila, o PLCE nº 002/98. (Após a chamada.) REJEITADO por 12 votos SIM, 18 votos NÃO e 01 ABSTENÇÃO.

Sobre a mesa Declaração de Voto firmada pelo Ver. Cláudio Sebenelo, a qual o Sr. 1º Secretário passará a ler na íntegra.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO: (Lê.)

“Declaração de Voto

Todo projeto do Executivo que vem privilegiar Cargos em Comissão e FGs sofre do vício da desconfiança, pois trinta por cento é compulsoriamente descontado para os cofres do PT.

                                                       (a) Ver. Cláudio Sebenelo”

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05 minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 1449/98 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 006/98, de autoria do Ver. Paulo Brum, que dispõe sobre o uso e permanência de cães-guia para pessoas portadoras de deficiência visual nos locais públicos e privados e dá outras providências. Com Emenda nº 01.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. João Motta: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CECE. Relatora Verª Clênia Maranhão: pela aprovação do Projeto; Relator Ver. Jocelin Azambuja: pela aprovação da Emenda nº 01;

- da CEDECONDH. Relatora Verª Maria do Rosário: pela aprovação do Projeto; Relator Ver. Renato Guimarães: pela aprovação da Emenda nº 01;

- da COSMAM. Relator Ver. Cláudio Sebenelo: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.

 

Observação:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - Art. 82,  § 1º, I, da LOM.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLCL nº 006/98. Não havendo inscritos para discutir, em votação.

O Ver. Paulo Brum está com a palavra para encaminhar a votação como autor e pela Bancada do Partido Trabalhista Brasileiro.

 

O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, encaminho mais um projeto de lei, um projeto simples mas que busca resgatar os direitos das pessoas portadoras de deficiência visual.

Nós já aprovamos, nesta Casa, um projeto de lei, que se tornou lei, que obriga o Município de Porto Alegre a implantar sinaleiras com dispositivo sonoro para facilitar a vida dos deficientes visuais.

Estive em audiência com o Sr. Secretário Municipal dos Transportes, Mauri Cruz, e ele me informou que existe estudos para possibilitar que, em breve, seja implantado, nos principais cruzamentos da Cidade, esse dispositivo que irá facilitar a vida dos deficientes visuais.

Esse Projeto de Lei busca resgatar, de uma certa maneira, os direitos plenos dos deficientes visuais, pois dispõe sobre o uso e permanência de cães-guias para as pessoas portadoras de deficiência visual nos locais públicos e privados do Município.

Está em evidência nos jornais e na mídia a questão dos cães ferozes, inclusive, com projeto tramitando nesta Casa, porém, nesse caso, estou falando de um cão bonzinho. Um cão que possibilitará ao cego gozar do seu pleno direito de ir e vir, enfim de ter melhores condições de vida.

Esse nosso Projeto é apenas uma prevenção, porque sabemos que nos países do Primeiro Mundo é comum vermos nas ruas, nos restaurantes, nos estabelecimentos comerciais, bancários ou qualquer outro local um cego sendo conduzido por seu cão.

No Brasil, quando ocorreram os primeiros casos de pessoas conduzidas por cães, elas foram barradas em alguns locais públicos. Esse nosso Projeto de Lei busca fazer com que, em Porto Alegre, no nosso Município, Capital do Rio Grande, nós não tenhamos esse ato discriminatório como em casos em que impediram que o cidadão pudesse ser conduzido pelo seu cão. É um projeto simples que busca, basicamente, esse mecanismo.

No seu artigo 1º diz que ficam autorizados o ingresso e a permanência de cães-guias acompanhados de pessoas portadoras de deficiência visual, cegueira ou visão subnormal, ou de treinador ou acompanhante habilitado nas repartições públicas ou privadas, em qualquer meio de transporte, em todo e qualquer estabelecimento comercial, industrial, de serviços ou de proteção e recuperação da saúde, e demais locais públicos. Toda e qualquer pessoa que pertencer, prestar serviços, ou for proprietário dos locais mencionados no artigo anterior e que venham a impedir o ingresso e a permanência de pessoas portadoras de deficiência visual que necessitem do cão-guia, estará atentando contra os direitos humanos e será passível de penalidades.

Por isso, Sr., Presidente, é que nós trazemos a esta Casa, mais uma vez, um Projeto de Lei que busca, sim, resgatar os direitos plenos das pessoas portadoras de deficiências e, mais uma vez, pedimos aos Senhores Vereadores que aprovemos e coloquemos na nossa Lei de Porto Alegre esse direito que busca, enfim, resgatar a plena cidadania, aqui falando do cidadão portador de deficiência visual. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Alberto Garcia está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. CARLOS ALBERTO GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, resolvemos nos manifestar até porque uma das pessoas que é portadora de deficiência visual e possui um cão-guia conversou conosco e esteve em nosso gabinete manifestando a importância desse Projeto. Nesta Casa tramitam dois Projetos: um tratando da questão do cão-guia, do cachorro bom, amigo do homem e o outro, um Projeto do Ver. Hélio Corbellini, mais o Substitutivo do Ver. Nereu D´Ávila,  relativos à questão do Pit Bull. São poucos os cães-guias, mas quem sabe essa abertura estimule a possibilidade de trazermos para Porto Alegre novos cães-guias, que precisam de treinamento e que, por sinal, são muito caros. Esses cães, na realidade, são os olhos dos portadores de deficiência visual, então, têm um trabalho altamente meritório. Este Projeto vai flexibilizar e oportunizar o ingresso desses cães na nossa Cidade e no nosso Estado, para que os deficientes visuais possam, o quanto antes, importá-los e fazer o treinamento. Volto a dizer: esses cachorros são os olhos de muitos portadores de deficiência visual. Nos países de Primeiro Mundo,  é hábito vê-los transitarem em todas as vias públicas, ajudando as pessoas no seu cotidiano. Nós sabemos  as dificuldades de um país como o nosso, um país de Terceiro Mundo, que ainda luta por suas dificuldades de alimentação, por necessidades básicas, ainda não consegue isso, mas já é um primeiro passo. Nesse primeiro momento, aquelas pessoas de poder aquisitivo maior serão as que terão direito, mas é uma maneira,  a médio e a longo prazo, de  popularizar essas iniciativas. Temos certeza de que, em breve, muitas pessoas portadoras de deficiência terão os seus passos guiados por esses verdadeiros guardiões.

Portanto, Ver. Paulo Brum, V. Exa. leve o nosso apoio pela brilhante iniciativa, nós temos a certeza de que este Projeto será aprovado por todos os Pares desta Casa. Parabéns. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera Helena Bonumá está com a palavra para encaminhar.

 

A SRA. HELENA BONUMÁ: Sr. Presidente Sras. e Srs. Vereadores, o Projeto do Ver. Paulo Brum, que dispõe sobre o uso e permanência de cães-guias para pessoas portadoras de deficiência visual, traz, para nós, a discussão de políticas afirmativas, de resgate à cidadania dos portadores de deficiência.

Já houve a discussão na nossa Bancada e a nossa Bancada é favorável ao Projeto, Ver. Paulo Brum, porque está em consonância com as políticas que temos desenvolvido, a partir da ação do Executivo, onde nesta semana - inclusive, no Domingo - fizemos a inauguração no Parcão, Parque Moinhos de Vento, de equipamentos e de uma praça infantil adaptada aos portadores de deficiência física. O Parque sofreu várias adaptações, tornando-o acessível aos usuários portadores de deficiência física. É uma experiência que pretendemos estender aos demais parques do nosso Município.

A nossa Cidade também sediou essa semana o Congresso do Surdos. Foi uma demonstração bonita e vigorosa da luta desse setor pelos seus direitos. Em Porto Alegre nós já demos os primeiros passos no sentido da implantação de uma central de intérpretes. Já está funcionando vários serviços da Prefeitura, várias intervenções da Prefeitura com tradução e intérprete para surdos, assumindo, assim, as demandas desse setor.

O Ver. Paulo Brum traz aqui a questão dos portadores de deficiência visual. Acho que esses são, sim, Ver. Paulo Brum, os cachorros, os cães bonzinhos. De fato, esses são os cães necessários porque eles, com treinamento adequado - e o Projeto tem essa preocupação, de exigir certificado de uma escola filiada a uma federação internacional capacitada - terão condições para isso.

Eu também sou daquelas que acho que esta Casa está tendo a preocupação, através do Projeto do Ver. Hélio Corbellini e do Substitutivo do Ver. Nereu D’Ávila, de regulamentar o trânsito dos cães e principalmente desses cães ferozes em nosso Município. Eu acho que eles são um problema de segurança pública, de saúde pública, um problema de violência. Mas acho que neste caso, com essa preocupação, eles fazem parte de uma ação afirmativa de uma política de cidadania para o setor de portadores de deficiência visual. Nesse sentido, são necessários, são bem-vindos. Acho que temos que ter a preocupação com a qualidade do treinamento que essas escolas têm que dar a esses cães e com o debate com a sociedade. A nossa Cidade, bem como a sociedade brasileira, tem debatido bastante a questão dos cães ferozes. Acho necessário que se dê as explicações para que haja tranqüilidade em relação a esses cães, eles não são muito conhecidos e muito usados aqui no nosso País. Acho que é necessário esclarecimento em relação a isso, aos estabelecimentos, aos espaços públicos onde esses cães podem transitar. Acho que as pessoas em geral, o cidadão porto-alegrense tem que estar informado em relação a isso. É um serviço necessário, e acho que a nossa sociedade tem que aprender a conviver com essas coisas.

Então nesse sentido a nossa Bancada é favorável, e entendendo que o Projeto está de acordo com as políticas que temos desenvolvido para os portadores de deficiência e vem facilitar a vida dos portadores de deficiência visual. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação a prorrogação da presente Sessão. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Em votação nominal solicitada pelo Ver. Nereu D’Ávila o PLCL nº 006/98. (Após a chamada.) (Pausa.) APROVADO por 31 votos SIM.

Em votação a Emenda nº 01 aposta ao PLCL nº 006/98. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA.

Para um requerimento tem a palavra o Ver. Jocelin Azambuja.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA (Requerimento): É um requerimento, Sr. Presidente, no sentido de que V. Exa. solicitasse que a Câmara fosse informada sobre qual o órgão público a que os cachorros que estavam soltos no Parque Marinha do Brasil pertenciam, porque vimos estarrecidos essa situação no final de semana, dos cachorros Pit Bull que estavam soltos no Parque Marinha - e eu presenciei o fato -, e gostaríamos de saber a que órgão público eles estavam servindo. Então, solicito que V. Exa., através da Presidência da Casa, requeira esta informação.

 

O SR. PRESIDENTE: Eram dois cães Rotweiller pretos, que estavam a serviço de alguma empresa; mas a pergunta do Vereador é a qual órgão público eles estavam protegendo? Não se sabe, então buscaremos a informação.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05 minutos/com aparte;

encaminhamento: autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. 2335/98 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 014/98, de autoria do Ver. Renato Guimarães, que altera o art. 31 da Lei Complementar nº 234, de 10 de outubro de 1990 (Código de Limpeza Urbana), e dá outras providências.

 

Pareceres:

- da CCJ. Relator Ver. Guilherme Barbosa: pela aprovação do Projeto;

- da CEFOR. Relator Ver. Adeli Sell: pela aprovação do Projeto;

- da CUTHAB. Relatora Verª Anamaria Gularte: pela aprovação do Projeto;

- da CECE. Relator Ver. Eliseu Sabino: pela aprovação do Projeto;

- da COSMAM. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto.

 

Observação:

- para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - Art. 82,  § 1º, I, da LOM.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES (Requerimento): Solicito o adiamento por uma Sessão do PLCL nº 14/98 – Proc. nº 2335/98.

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o Requerimento do Ver. Renato Guimarães. O Ver. Jocelin Azambuja solicita chamada nominal. APROVADO por 16 votos SIM.

Não havendo quórum, estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 18h18min.)

 

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